quinta-feira, abril 30
Estou tentando me entender...
Escrito/editado por Marta 7 Terráqueos
Etiquetas: Clarice Lispector, musicas que ouço
Do escrever
Escrito/editado por Marta 2 Terráqueos
Etiquetas: Clarice Lispector, Escritores
O homem que tinha dois corações
[AVISO: eu já fui "insultada" quando mostrei esta história e disse que tinha gostado. muito.]
Escrito/editado por Marta 5 Terráqueos
Etiquetas: filmes de animação
Não deixeis um grande amor
desolado incerto quase eventual
com que morava em minha casa
assim ele habitou cidades
desprovidas
ou os portos levantinos a que
se ligava apenas por saber
que nada ali o esperava
assim se reteve nos campos
dos ciganos sem nunca conseguir
ser um deles:
nas suas rixas insanas
nas danças de navalhas
na arte de domar a dor
chegou a ser o melhor
mas era ainda a criança perdida
que protesta inocência
dentro do escuro
não será por muito tempo
assim eu pensava
e pelas falésias já a solidão
dele vinha
não será por muito tempo
assim eu pensava
mas ele sorria e uma a uma
as evidências negava
por isso vos digo
não deixeis o vosso grande amor
refém dos mal-entendios
Escrito/editado por Marta 5 Terráqueos
Etiquetas: Escritores, José Tolentino Mendonça, Poemas que sinto
Das coisas importantes
Escrito/editado por Marta 9 Terráqueos
Etiquetas: Manuel António Pina
quarta-feira, abril 29
E o prometido é devido
Naquele trilho secreto,/Com palavra santo e senha./Eu fui língua e tu dialecto./Eu fui lume, tu foste lenha./Fomos guerras e alianças,/Tratados de paz e passangas./Fomos sardas, pele e tranças,/Popeline, seda e ganga./Dessa vez tu não cumpriste,/E faltaste ao prometido./Eu fiquei sentido e triste./Olha que isso não se faz./Disseste se eu fosse audaz,/Tu tiravas o vestido,/E o prometido é devido./Rompi eu as minhas calças./Esfolei mãos e joelhos./E tu reduziste o acordo,/A um montão de cacos velhos./Eu que vinha de tão longe,/Do outro lado da rua./Fazia o que tu quizesses,/Só para te poder ver nua./Quero já os almanaques./Do Fantasma e do Patinhas,/Os Falcões e os Mandrakes./Tão cedo não terás novas minhas./Dessa vez tu não cumpriste,/E faltaste ao prometido./Eu fiquei sentido e triste./Olha que isso não se faz./Disseste se eu fosse audaz,/Tu tiravas o vestido,/E o prometido é devido.
[sim. é uma das minhas músicas de sempre! Dos "meus" Rui Veloso e Carlos Te. tanto.tudo íssimo:)]
Escrito/editado por Marta 8 Terráqueos
Etiquetas: musicas que ouço, Rui Veloso
terça-feira, abril 28
À espera de Godot
Tendo convivido muito com Nora e James Joyce durante a juventude – o seu primeiro texto publicado é um ensaio sobre o autor do Ulysses - o irlandês Samuel Becket veio a traçar o seu próprio caminho não só através de textos que exprimem um profundo mal-estar existencial, mas sobretudo pela via do teatro. A sua peça mais decisiva continua a ser À Espera de Godot, escrita em francês, vinda a lume em Paris em 1952, encenada por George Blin no ano seguinte e traduzida pelo próprio autor para inglês em 1955.
Decorrendo à beira de uma estrada no campo, junto de uma árvore, a acção envolve dois dias na vida de Estragon e Vladimir, dois vagabundos que esperam em vão a chegada de um misterioso ausente que nunca virá a aparecer – Godot, cujo nome pode ser legível como um diminutivo de God (Deus). Enquanto dialogam entre si e com mais duas personagens – o arrogante Pozzo e o seu lacaio Lucky – Estragon e Vladimir acabam por extravasar nas suas oscilações de humor (Estragon mais pessimista, Vladimir, apesar de tudo, mais entusiástico) todo o vazio da existência humana, condenada à incerteza, ao negrume e ao sofrimento. Esta obra radicalmente negativa é uma das principais contribuições para o chamado teatro do absurdo e representa um dos grandes símbolos da melancolia e do desespero do século XX.
in Guia da Exposição 100 Livros do Século
Escrito/editado por Marta 7 Terráqueos
Etiquetas: à Espera de Godot, Escritores, Livros que li, Samuel Becket, teatro
Os adultos estão sempre a crescer?
Escrito/editado por Marta 14 Terráqueos
Etiquetas: os meus sobrinhos são genias
A maior flor do mundo
«A maior flor do mundo» Para a minha querida Dalila! Porque sim!
Com uma vénia ao comboio turbulento! Porque foi lá que a encontrei.
Escrito/editado por Marta 4 Terráqueos
Etiquetas: amizade, Escritores, filmes de animação, José Saramago
Olhares antropológicos

Escrito/editado por Marta 5 Terráqueos
Etiquetas: antropologias, blogs que leio, Helen Fisher; Pierre Verger
Mais mimo blogosférico
A Paula, do viajar pela leitura, selou-me :) E, agora, eu devia selar mais 15 blogs! Mas há dias em que não gosto nada de cumprir regras e - Paulinha, perdoa-me - ofereço o selo a todos os blogs que gosto de visitar! Assim, quem quiser, ao espreitar o Viajar pela Leitura, pode dirigir-se ao canto inferior esquerdo e levar o selo para o seu blog! Mas, mais importante, é parar por lá, para ler um livro da estante da Paula :) E obrigada pelo mimo, Paulinha!
Escrito/editado por Marta 1 Terráqueos
Etiquetas: blogs que leio
É desta que me mudo para uma roulote
Parece que dantes estava isenta. E deve ser verdade. Porque nunca paguei um tostão. Mas deixou de ser! Porque, agora, vou pagar quase 400 euros de seis em seis meses!!! Chama-se Taxa de Contribuição Autárquica ou lá que é! Primeiro foi o spread que, o ano passado, me levou a questionar o meu modo de vida! Agora, esta taxa! Mas para que é que eu comprei uma casa, quando há roulotes tão bonitas!??? E viver dentro de um morango deve ser tão inspirador! Pelo menos, no Verão! [e não me falem em taxa de contribuição autárquica, tão cedo, tá?]
imagem: Sabinsen
Escrito/editado por Marta 10 Terráqueos
Etiquetas: taxas e outros assuntos que me aborrecem
segunda-feira, abril 27
A única verdade absoluta
Escrito/editado por Marta 11 Terráqueos
Etiquetas: Escritores, João Negreiros, Poemas que sinto
domingo, abril 26
Corrente de ar [3]
Ele entra em imensos filmes da minha vida! Sempre o achei um excelente actor. Depois, em Madrid, li uma entrevista, longa, deliciosamente longa, que ele deu a uma revista. Não me recordo do nome da revista. Nem me apetece ir saber dela. Que a tenho para ali. E apaixonei-me, definitivamente por ele! Jack Nicholson: uma séria corrente de ar... sénior!
Escrito/editado por Marta 13 Terráqueos
Etiquetas: actores, Corrente de ar, Jack Nicholson
Trintinhas e trintões

Elmer G. Letterman
Escrito/editado por Marta 7 Terráqueos
Quando o assunto é desconstruir
imagem: daqui
Escrito/editado por Marta 9 Terráqueos
Etiquetas: Jacques Derrida, Livros que li
Bom Dia Domingo
Lindo.Lindo.Lindo. Infinitamente LINDO!
Escrito/editado por Marta 6 Terráqueos
Etiquetas: Ana Carolina e Seu Jorge, musicas que ouço
sábado, abril 25
Uma carta aos Serviços de Censura

Por ordem de V. Exa. Foi o meu livro HISTÓRIAS DE AMOR proibido de circular. Por ordem, ao que creio, do Ministério do Interior e em complemento da decisão de V. Exa.sobre a citação da Obra, foi encarregada da apreensão da PIDE. A intervenção inesperada desta Polícia Especial num assunto de índole exclusivamente literária é de todo o ponto injustificada e veio dar à questão um significado que lhe é totalmente alheio, podendo, em síntese, definir-se como atitude abusiva de direito policial.
Em verdade, não vejo eu – nem a Censura, ao que parece – que em HISTÓRIAS DE AMOR se atente por qualquer forma contra a segurança do Estado. Tão-pouco me parece motivo de polícia a atitude de um escritor português que se debruça sobre aspectos reais e concretos da realidade portuguesa, condenando, por exemplo, o adultério (Week-end), a vadiagem de pior extracção (Ritual dos Pequenos Vampiros), o amor clandestino (Rapariga dos Fósforos), etc. – aspectos da realidade quotidiana que qualquer moral consequente ataca. Muito pelo contrário,entendo que tal atitude é meritória e vem em abono dos mais elementares princípios morais. Nunca, seja em que caso for, ele seria objecto de polícia e muito menos de Polícia Especial.
Não é meu propósito fixar-me aqui em considerandos que com justiça viessem sublinhar a ilógica intromissão da PIDE no caso. Permito-me apenas trazer ao conhecimento de V. Exa. Este meu necessário protesto, certo de que, como Director de um organismo destinado expressamente a tratar de direito de assuntos literários, não deixará de lhe dar a merecida atenção.Isto porque cuido que os Serviços de Censura, sob a Direcção de V. Exa., não são de modo algum instrumento activo de política sectária mas um «meio de harmonizar trabalho dos escritores com a lei e os superiores interesses da Nação».
a) De conteúdo social – V. Exa. Decerto avalia a que ponto tal classificação é pessoal e arbitrária e por mim, Senhor Director, permitindo-me observar aqui que nem o romântico Garrett escapou na boca de muitos críticos a esse rótulo.
b) Demasiado realista em certas passagens – Pelo exemplar censurado que me foi cedido para consulta e que justamente restituo, pude verificar que a quase totalidade dos «cortes» é, no mais exigente e puritano dos conceitos, infundada pois trata-se de frases comuns, e comummente aceites sem intuito pornográfico ou sentido aliciante de baixa literatura. Tomo a liberdade de submeter a V. Exa. Estes exemplos que propositadamente não escolhi constituem os «cortes» totais de 3 páginas:
«de novo tombavam para o lado e ficavam assim, as bocas entreabertas – misturado com a saliva dos beijos – É indecente, estou a molhar-te com suor» (pag.33); «lá estava ela ainda no leito com uma perna abandonada entre os lençóis – o sol e a perna loura entre os lençóis ainda quentes – o moço saltou da cama e veio até à janela enrolado na coberta – e novamente os apertou nos dentes» (pag.40); «nu» (pag.153).
No que respeita a este último aspecto, afigura-se-me de único interesse saber em que medida estas palavras funcionam como elementos eróticos ou deturpadores da realidade e não como em si mesmas podem ser tomadas. As palavras são sempre vazias e só tomam corpo e sabor autênticos quando informadas de intenção.
[...]
É evidentemente certo que Maiakowski e Eluard são poetas e cidadãos comunistas, mas uma leitura mais circunstanciada do texto poderá demonstrar que os cito de mistura com Gide, Pessoa e Debussy não foi por pretender camuflá-los (tão conhecidos eles são! ) Mas para sugerir que naquele momento do conto não interessava ao protagonista qualquer evasão literária ou artística fossem quais fossem as suas preferências [...]
Mais razoável, perante as justificações que acabo de apresentar, e mais consentâneo com o desejo do meu editor, seria o de se considerar o livro em bloco, não exigindo emendas a cada um dos «cortes» de per si, substituindo-se um caderno de 32 páginas em todos os exemplares apreendidos para que desta forma se aproveitasse a quase totalidade dos exemplares com as restantes páginas impressas.
Convicto de que este alvitre e as razões aqui alegadas merecerão a consideração mais justa e oportuna, subscrevo-me...
Escrita após a proibição e retirada do mercado de Histórias de Amor, classificado como «Imoral. Contos de misérias sociais e em que o aspecto sexual se revela indecorosamente. De proibir.»
Texto citado a partir de Cândido de Azevedo, in A censura de Salazar e Caetano , Editorial Caminho 1999
Escrito/editado por Marta 10 Terráqueos
Etiquetas: 25 de Abril, Escritores, José Cardoso Pires, livros da minha vida
sexta-feira, abril 24
Telegrama
Virginia Woolf in O Quarto de Jacob,Nova Fronteira. 2º Ed, 2003; p. 105
Escrito/editado por Marta 3 Terráqueos
Etiquetas: Escritores, Livros que li, Virginia Woolf
A noite pede música
Chama-se Pitingo! Descobri-o no blog desta Senhora! Fui à procura e o rapaz é uma explosão de sentidos! Deixo-vos com esta versão de Killing me softly... Há outras. No woman no cry, por ele, e também gostei. Apesar de ser fidelíssima a Bob Marley! Mais aqui.
Escrito/editado por Marta 2 Terráqueos
Um mau livro
Jaime Bulhosa
Escrito/editado por Marta 12 Terráqueos
Etiquetas: livros
quinta-feira, abril 23
E se me recomendassem um livro?
Escrito/editado por Marta 29 Terráqueos
Etiquetas: Escritores, livros que ando a ler
Obras no planeta
Pedimos desculpa por qualquer incómodo causado! Este planeta está em obras! O antigo layout era de Inverno! Chovia, quase todos os dias! Agora, andamos a tentar arranjar um mais primaveril! Andamos, é uma forma de dizer...porque, na realidade, a minha querida Paula, anda a...eu sou, confesso, uma perfeita aselha [eu acho que escrivi esta palavra com um z, hoje!!!] nas andanças informáticas. Ela, a minha querida Paula, é que põe e dispõe. Tem as chaves cá de casa! Alguma sugestão...pois agradecemos!
Escrito/editado por Marta 11 Terráqueos
Etiquetas: pois não imagino
Ver, ouvir e sentir Lhasa
Lhasa de Sela - a musa - tem um novo disco! E é com esta música e com este vídeo fantástico que, aqui, ao final do dia, celébro o Dia Mundial do Livro e dos Direitos de Autor!
Eu eu amo esta pequena, linda, frágil, genial, forte, absolutamente fantástica mulher! Um dia destes, conto como a conheci e o que senti a primeira vez que a vi, ao vivo! Se conseguir atinar palavras e sentimentos. Fechem os olhos e ouçam. Não! Abram os olhos e vejam e ouçam e sintam! [obrigada WOAB. um sorriso para ti.].
Escrito/editado por Marta 5 Terráqueos
Etiquetas: Lhasa de Sela, Músicas que ouço
quarta-feira, abril 22
António Gedeão e Herberto Helder
Eu não gosto de Herberto Helder como gosto de António Gedeão.
Descobri Herberto Helder numa livraria. Num livro. Num poema.
Num não sei como dizer-te que a minha voz te procura.
E foram muitas descobertas numa.
Já antes tinha lido poemas. Nos livros, em minha casa. Nos livros das livrarias.
No meu livro de quinhentas e setenta e uma página de poemas, há um poema que me faz emudecer.Por isso, eu nunca o vou poder ler em voz alta. Só sentir.
É um poema que acontece, que teima em acontecer até ao milagre.
Daqueles poemas que mantêm segredos. Secretos, seguros.
Poemas com guelras. Poemas que adivinhavam coisas nossas.
Poemas raros de carne e rosa.
Poemas de muitas palavras, a fazer sentir coisas únicas.
Mas eu regresso sempre ao não sei como dizer-te que a minha voz te procura.
Foi com Herberto Helder que descobri a poesia toda.
E achei aquilo tudo. Terno. Eterno. Violento e voraz.
Mas nunca um poema, por aquela idade, me soube tanto a suor.
Dei conta que as palavras faziam amor.
Depois de ler não sei como dizer-te que a minha voz te procura,
eu achei que quem não o lesse, seria certamente infeliz.
Mas, depois, dei conta que isso de ser feliz ou infeliz é patético,
quando o assunto é aquele poema. E outros.
Foram muitas as descobertas. Tinha talvez vinte anos.
Escrito/editado por Marta 20 Terráqueos
Etiquetas: antes [re] postar que ripostar, António Gedeão, Escritores, Herberto Helder, livros da minha vida, Poemas que sinto
À procura de um certo tom de azul
Escrito/editado por Marta 12 Terráqueos
Etiquetas: Escritores, James Runcie, Livros que li
Voltar a Volver
Escrito/editado por Marta 10 Terráqueos
Etiquetas: Cinema, filmes, Pedro Almodovar
terça-feira, abril 21
Eu amo a Lua do lado que eu nunca vi
[...] Eu amo a noite, porque na luz fugida as silhuetas indecisas das mulheres são como as silhuetas indecisas das mulheres que vivem nos meus sonhos. Eu amo a Lua do lado que eu nunca vi. [...]
[excerto Canção da Saudade]
Almada Negreiros in Obras Completas, Vol. I, pag. 71, Imprensa Nacional Casa da Moeda
Escrito/editado por Marta 6 Terráqueos
Etiquetas: livros da minha vida; Almada Negreiros
Corrente de ar II
Escrito/editado por Marta 7 Terráqueos
Etiquetas: Corrente de ar, Rodrigo Santoro
Ilusão I
Nem tudo o que parece é! Ora, aí está! Tudo vai da forma...Depende. O certo é que, à primeira leitura é uma coisa e, depois, é outra! Rosto de mulher ou homem a tocar saxofone?
Escrito/editado por Marta 15 Terráqueos
Etiquetas: ilusões ópticas
segunda-feira, abril 20
Nuvens e Vento
Nuvens e vento.
O que disse? Ai de mim, ai de mim. Nuvens? Vento? E não lhe parece que é tudo, olhar e reconhecer que aquilo que paira no azul interminável e vazio são nuvens? A nuvem sabe por ventura que existe? Nem a árvore nem a pedra, que se ignoram até a si mesmas, sabem que a nuvem existe; e estão sós.
Meus caros, olhando e reconhecendo a nuvem, podem pensar até na vivência da água (e porque não?) que se torna nuvem para depois se tornar de novo água. Bela coisa, sim. Para lhes explicar isso, basta um professorzeco de Física. E para lhes explicar o porquê dos porquês?
Luigi Pirandello in Um, Ninguém e cem Mil, pag. 38 e 39, 2003
Escrito/editado por Marta 4 Terráqueos
Etiquetas: Escritores, Livros que li, Luigi Pirandello
a verdadeira história dos pássaros...
Escrito/editado por Marta 10 Terráqueos
Etiquetas: Escritores, valter hugo mãe
E se fossemos lá, num instante?
Pois é já daqui a dois dias! O concerto! Na "minha" cidade eterna. Dia 22. De Abril. E como não posso meter-me já no avião - porque o fazia, já, já - deixo-vos com Vanessa da Mata e Ben Harpar! Boa sorte!
Fica também a notícia, tal como me chegou! Em italiano [suspiro] Tão bonito! Enfim...
«Vanessa da Mata è una delle voci più importanti della musica popolare brasiliana. Autrice per Maria Bethania, Daniela Mercury e Caetano Veloso, nel 2008 ha vinto il Grammy Award per il miglior album contemporaneo brasiliano. Consacrata dalla stampa mondiale come la nuova diva dell'attuale scena brasiliana, con il terzo album SIM e il singolo Boa Sorte/Good Luck (in duetto con BEN HARPER), Vanessa balza alle vette delle classifiche mondiali, riscuotendo un successo planetario. Vanessa Da Mata e' senza dubbio uno degli artisti più interessanti, eclettici e straordinari che il grande patrimonio musicale del Brasile abbia mai prodotto».
Escrito/editado por Marta 4 Terráqueos
Etiquetas: concertos, Itália, musicas que ouço
Mais assim...
Escrito/editado por Marta 7 Terráqueos
domingo, abril 19
Diz o que viu
Escrito/editado por Marta 6 Terráqueos
Etiquetas: Poemas que sinto; Escritores, Sophia de Mello Breyner Andresen
Foi assim que comecei a amar Sophia
Depois, foram as histórias mais compridas. Não rimavam. Mas a sensação de poema ficava cá dentro. Quando gostava muito delas. Até que, um dia, chegou a Menina do Mar. E eu percebi que os poemas e as estórias eram feitas por pessoas que conheciam outras pessoas, coisas e lugares que um dia, eu também queria conhecer. E pensei na sorte de Sophia! Por conhecer uma menina “de cabelos verdes, olhos roxos, com um vestido de algas encarnadas”. E um Rapaz de Bronze e uma Fada Oriana e um Cavaleiro da Dinamarca. E, depois, por Sophia, descobri que as estórias podiam ter poemas dentro. [Como os filhos, dentro dos abraços dos pais]. Como na estória A árvore, que tanto gostei de ler. E percebi, com clareza, que uma árvore pode transformar-se numa barca. E que, deste modo, uma árvore pode viver no mar. E descobri como um mastro se pode transformar numa guitarra e como essa guitarra pode ter voz. E como essa voz pode ser uma canção e como uma canção pode ser um poema. E como um poema pode ser a memória de uma árvore ou de um povo.
Ensinou-me o espanto. Foi assim que comecei a amar Sophia. Desde muito cedo. Ela cresceu em todos os meus sentidos. Em todo o meu sentir. E percebi, com ela, que não podia viver sem livros. Porque os livros dela me tinham ensinado a olhar para além do aparente. E foi, assim, que a fui procurar às livrarias. Pelo nome. E foi dela, o primeiro livro que eu comprei. Histórias da Terra e do Mar. E, depois, todos os outros que me chegaram. Até toda a sua poesia me entrar, letra a letra, nas veias. E circular como seiva. Até perceber a raiz do “inteiro” e do “original”. Até compreender todas as ilhas que habitam o mundo. Até me apaixonar pela Grécia. Até o mundo, não respirar sem ela. Sem a sua poesia.
E depois, ia-lhe escrevendo cartas. Até que um dia, em Viana do Castelo, durante uma Presidência Aberta, dei conta de nós, no mesmo lugar. Do lado de fora dos poemas. Peguei nas minhas cartas e nos seus livros. Na convicção mais funda do nosso encontro. E nas palavras iniciais que lhe queria dizer. Quando cheguei à Pousada de Santa Luzia, não havia santa que valesse a tanta ansiedade. Não sabia onde por as mãos e, muito menos, o coração. Não sabia nada. O seus poemas todos cá dentro. Como se fossem um só. As palavras apertadas na garganta. Os lábios colados. Quase não respirava. E acho que, mesmo assim, rezei. Para aquela gente ir toda embora. Mas não aconteceu. Até que ela se levantou e eu paralisei. Mas consegui ouvir e ver. E vi-a tão extraordinariamente bela. Tão extraordinariamente sábia. Tão extraordinariamente serena. Que não consegui fazer nada. Nem tão pouco aproximar-me. Admirei-a de longe. Como tinha de ser. Numa afasia total. Numa epifania absoluta. Dentro dos livros. No nosso lugar. Até ao dia da sua morte. Doze anos, depois, daquele dia, em que a vi. Sem a imaginar. Nessa noite de Julho, li-lhe as minhas cartas. Em voz alta. Só lá estava eu. E ela.
De uma praia
E em sua humana carne brilharia
A luz sem mancha do primeiro dia»
Escrito/editado por Marta 21 Terráqueos
Etiquetas: Sophia de Mello Breyner Andresen
sábado, abril 18
Animal olhar
Escrito/editado por Marta 12 Terráqueos
Etiquetas: Antonio Ramos Rosa, Escritores, livros da minha vida, poemas
Pudesse eu
Pudesse eu morrer hoje como tu me morreste nessa noite —
e deitar-me na terra; e ter uma cama de pedra branca e
um cobertor de estrelas; e não ouvir senão o rumor das ervas
que despontam de noite, e os passos diminutos dos insectos,
e o canto do vento nos ciprestes; e não ter medo das sombras,
nem das aves negras nos meus braços de mármore,
nem de te ter perdido — não ter medo de nada. Pudesse
eu fechar os olhos neste instante e esquecer-me de tudo —
das tuas mãos tão frias quando estendi as minhas nessa noite;
de não teres dito a única palavra que me faria salvar-te, mesmo
deixando que eu perguntasse tudo; de teres insultado a vida
e chamado pela morte para me mostrares que o teu corpo
já tinha desistido, que ias matar-te em mim e que era tarde
para eu pensar em devolver-te os dias que roubara. Pudesse
eu cair num sono gelado como o teu e deixar de sentir a dor,
a dor incomparável de te ver acordado em tudo o que escrevi —
porque foi pelo poema que me amaste, o poema foi sempre
o que valeu a pena (o mais eram os gestos que não cabiam
nas mãos, os morangos a que o verão obrigou); e pudesse
eu deixar de escrever nesta manhã, o dia treme na linha
dos telhados, a vida hesita tanto, e pudesse
eu morrer,mas ouço-te a respirar no meu poema.
Maria do Rosário Pedreira In O CANTO DO VENTO NOS CIPRESTES, Lisboa, Gótica, 2001
Escrito/editado por Marta 3 Terráqueos
Etiquetas: Escritores, Maria do Rosário Pedreira
sexta-feira, abril 17
A noite pede música...
...e eu só pedia para já dançar assim...mas eu chego lá :) Se, não, não vale a pena...
Escrito/editado por Marta 8 Terráqueos
Etiquetas: Gotan Project, musicas que ouço, tango
A respiração das coisas
Na minha infância, antes de saber ler, ouvi recitar e aprendi de cor um antigo poema tradicional português, chamado Nau Catrineta. Tive assim a sorte de começar pela tradição oral, a sorte de conhecer o poema antes de conhecer a literatura.
Eu era de facto tão nova que nem sabia que os poemas eram escritos por pessoas, mas julgava que eram consubstanciais ao universo, que eram a respiração das coisas, o nome deste mundo dito por ele próprio.
Pensava também que, se conseguisse ficar completamente imóvel e muda em certos lugares mágicos do jardim, eu conseguiria ouvir um desses poemas que o próprio ar continha em si.
No fundo, toda a minha vida tentei escrever esse poema imanente. E aqueles momentos de silêncio no fundo do jardim ensinaram-me, muito tempo mais tarde, que não há poesia sem silêncio, sem que se tenha criado o vazio e a despersonalização.
Um dia em Epidauro – aproveitando o sossego deixado pelo horário do almoço dos turistas – coloquei-me no centro do teatro e disse em voz alta o princípio de um poema. E ouvi, no instante seguinte, lá no alto, a minha própria voz, livre, desligada de mim.
Tempos mais tarde, escrevi estes versos:
A voz sobe os últimos degraus
Ouço a palavra alada impessoal
Que reconheço por não ser já minha
imagem: daqui
Escrito/editado por Marta 11 Terráqueos
Etiquetas: livros da minha vida, Sophia de Mello Breyner Andresen
Porque há músicas e palavras...
Escrito/editado por Marta 4 Terráqueos
Etiquetas: amigos, amizade, cumplicidades
Coisas que combinam comigo...
Escrito/editado por Marta 6 Terráqueos
quinta-feira, abril 16
Do desemprego
Escrito/editado por Marta 15 Terráqueos
Etiquetas: desemprego, sociedade
O espaço com Helena Almeida dentro
Escrito/editado por Marta 4 Terráqueos
Etiquetas: fotografia, Helena Almeida
quarta-feira, abril 15
Guardar uma coisa
Escrito/editado por Marta 11 Terráqueos
Etiquetas: Antonio Cícero, Poemas que sinto; Escritores
Poemas de jantar

+
a mesa posta de um verso
onde o possa escrever
ó subalimentados do sonho!
a poesia é para comer.
Ora aí está: uma francesinha, uma stout [a minha cerveja preferida], e um excerto de A defesa do Poeta, de Natália Correia! Tão pouco! Para ser feliz! [por favor, ala privada, não perguntem pelos bróculos :)]
Escrito/editado por Marta 7 Terráqueos
Etiquetas: Escritores, francesinha, jantares, Natália Correia, stout
Contigo é isso tudo
Se eu te mandasse atirar de uma ponte
atiravas-te?
claro
porque a água era límpida e tinha um tesouro no fundo
mas se fosse um viaduto?
é evidente que caía no colo de uma bruxa que me raptava
e tu ias
[buscar-me e tiravas-me do caldeirão e isso tudo
isso tudo?
pois
isso tudo
contigo é isso tudo
se me mandas morrer
vivo
se me fazes sofrer
é sem dor
se me traíres
vai ser contigo
se me amares
é com outro
dás-me um chuto
e vou de ioió
e se o cordel sair
volto num pião
não há maneira
não há forma
não há jeito
vou voltar para ti mesmo que não queiras
mesmo que não gostes
mesmo que não existas
mesmo que me finem as forças
mesmo que sejas a imagem de um filme a preto e branco em que eras o cinzento]
e não te conheço
e não te mereço
mas amo-te e isso basta
não basta?
basta
não basta?
o amor chega
não chega?
ou queres que leve flores?
João Negreiros, in O Cheiro da Sombra das Flores, pag.71 e 72, 2007
imagem: autor desconhecido
Escrito/editado por Marta 17 Terráqueos
Etiquetas: João Negreiros, Poemas que sinto; Escritores
terça-feira, abril 14
O lado esquerdo de uma mulher
Escrito/editado por Marta 11 Terráqueos
Etiquetas: antes [re] postar que ripostar
Mimos, blogs e selos
Já o leio desde 2005! É verdade! É meu desde essa altura. E tenho aprendido por lá. Feito muitas descobertas! E, agora, recebo um selo, como se fosse uma carta :) Obrigada querida menina que já foi pássaro! Das tuas asas - digo - mãos, é uma honra! Nem todos os dias penso, é certo! Mas agradeço-te o gesto. Muito. E dizem-me para nomear mais dez. E eu nomeio os seguintes jovens pensantes :) Assim, por ordem de chegada ao meu pensamento:
Miguel; Diva, Sonja; Claudia; Eduardo; Dalaila; Eduardo; Miguel; Paulo; Filipe
[Agora, as regras mandam que os meus nomeados utilizem o selo para me escreverem uma carta, combinado?!] Tou a brincar :) Mas bem que podia ser a sério, uma vez que eu adoro ler cartas!] Quem recebeu o selo deve passá-lo a mais dez. Ou então, fazer de conta! Ou, ou...ou! O que quiserem e como quiserem, para mim está bem!
Escrito/editado por Marta 9 Terráqueos
Etiquetas: blogs que leio