sexta-feira, fevereiro 27
Ontem à noite...
Escrito/editado por Marta 4 Terráqueos
quinta-feira, fevereiro 26
Conheci Cristina na 24ª página

Eu e a Cristina.
Um sonho louco. Louquíssimo. Extremissimamente louco. Enfim - um sonho. Não havia nuvem que nos segurasse, nem paraíso que nos satisfizesse. Estávamos loucos, pronto. Para quê mais frases? A manhã era terna e sabia bem passear assim.
Conheci Cristina na 24ª página. Os olhos que lhe inventei roçaram os meus e o corpo colou-se perfeitamente. Senti que a podia ajudar e as nossas mãos, em se dando, formavam um cometa. Os nossos lábios traziam o Universo quando se tocavam.
Ela não tinha aonde se agarrar e eu, apercebendo-me disso, tentei trazê-la à realidade com muito amor, devagarinho. Soltaram-se-lhe os sentimentos da garganta e contou-me as partes da sua vida que mais a tinham marcado.
Foi uma experiência curiosa, até porque tinha sido eu a imaginar as situações. Conclui então que a análise não estava má, embora enfermasse de uma certa falta de sequência. Mas era no pormenor do acontecimento que eu recolhia a imagem que depois reproduzia por escrito.
E havia dias de vento forte!
E havia dias de um sol aconchegador!
E os jornais (com raras excepções) começavam a encher de mentiras os leitores desprevenidos.
E as ameaças aumentavam constantemente!
E as bombas eram diárias!
E morriam pessoas que eu e a Cristina conhecíamos bem!
Comecei a interessar-me por Cristina. Ela era muita gente. E eu gostava muito da gente. Comecei a amá-la. Profundamente. Apaixonadamente. Com sinceridade. Tinha direito a isso. Era tão novo como a minha idade.
(...)
Alberto Augusto Miranda in Outubro de um Século, Edição Autor, p. 65 e 66, 1981
Imagem: Cometa Tempel 1; NASA/JPL-Caltech/UMD
Escrito/editado por Marta 5 Terráqueos
Etiquetas: livros da minha vida
Do jornalismo... hoje
Escrito/editado por Marta 3 Terráqueos
Etiquetas: jornais, jornalismo, jornalistas
A presença mais pura
A altura desesperada do azul
José Tolentino Mendonça
Escrito/editado por Marta 2 Terráqueos
Etiquetas: Poemas que sinto
quarta-feira, fevereiro 25
Vinganças quase inócuas...
Se puderes
Sem angústia
E sem pressa.
E os passos que deres,
(...)
Enquanto não alcances
Não descanses.
De nenhum fruto queiras só metade.
(...)
Só é tua a loucura
Poema: Miguel Torga
Escrito/editado por Marta 9 Terráqueos
Etiquetas: poemas
Ilhas: lugares extremos
Escrito/editado por Marta 5 Terráqueos
Etiquetas: antes [re] postar que ripostar, livros, viagens
Um homem da restauração...
Escrito/editado por Marta 5 Terráqueos
Etiquetas: restaurantes, viagens
terça-feira, fevereiro 24
Amei mil vezes!


Escrito/editado por Marta 2 Terráqueos
Etiquetas: filmes
segunda-feira, fevereiro 23
Eu não tenho gato, mas se o tivesse...
Quem há-de abrir a porta ao gato
Escrito/editado por Marta 4 Terráqueos
Etiquetas: poemas
Confissões inconfessáveis


Amei, amei, amei 3 vezes amei! Chorei baba e ranho. Está confessado. Gostei tanto, tanto, tudo. E no fim, também gostei, apesar de só estas frases me terem impedido de naufragar nas minhas próprias lágrimas:
Escrito/editado por Marta 2 Terráqueos
Etiquetas: filmes
domingo, fevereiro 22
Mortal e Rosa
Escrito/editado por Marta 1 Terráqueos
Etiquetas: livros da minha vida
sábado, fevereiro 21
Telegrama

Escrito/editado por Marta 3 Terráqueos
Etiquetas: Paul Klee, telegramas em vez de cartas
uma notícia triste...
Roberto Juarroz, traduzido por Arnaldo Saraiva, in Poesia Vertical, Campo das Letras, p. 25, Junho de 1998
Copi/past do Insónia
Escrito/editado por Marta 3 Terráqueos
sexta-feira, fevereiro 20
O nome das maças
Escrito/editado por Marta 2 Terráqueos
Etiquetas: antes [re] postar que ripostar, memórias
quinta-feira, fevereiro 19
Os dados estão lançados
Escrito/editado por Marta 8 Terráqueos
Etiquetas: livros da minha vida
Ladrar em línguas diferentes

Escrito/editado por Marta 2 Terráqueos
Etiquetas: antes [re] postar que ripostar
quarta-feira, fevereiro 18
confissões inconfessáveis

Escrito/editado por Marta 14 Terráqueos
Etiquetas: confissões
É tão triste ser ministro assim...
Escrito/editado por Marta 5 Terráqueos
Etiquetas: decadências
terça-feira, fevereiro 17
Crónica de uma marta anunciada
O tecto do meu quarto está lotado. De repente, Viseu, Lisboa, Luanda.
O mundo ficou sem fronteiras. Para uma galaico-duriense, agarrada à meseta de afectos.
E não pensem que não sei o que são terramotos. E sismos. Sei bem. Não sei, se sei de sobra. Mas sei bem. E sei o que é pegar na régua e no esquadro. Outra vez. São 200 anos. É muita vida.
E às vezes sinto-me cansada. Eu de suplemento na mão, a desfolhá-lo, em vez de o pôr no lixo, como sempre.Espaços & casas ou vice-versa. Ou nada disto.Casas em Lisboa em páginas de jornal. Eu de marcador a fazer círculos à volta dos anúncios. Eu a fazer e a não estar a acreditar no que fazia. Eu a perceber que às vezes não acreditamos no que fazemos mas fazemos. E fica feito. Eu a fazer analogias, a desviar-me do cerne da questão. E os anúncios, tantos. E a faltarem-me as ruas, as zonas. Sei lá onde fica isto.
Eu, entre a luz e o granito. E o granito como retrato e a luz como estímulo. Eu a telefonar. A perguntar por preços, voz segura. Coração trémulo. Mas a perguntar. Como se nunca tivesse dito não a Lisboa. Convicta. Eu a pesquisar na net. À procura de Luanda. No Belas Shopping.
Eu tentada. Já no avião. Nas nuvens. Com vontade de regressar e ainda não tinha saído do sofá.
Eu a fazer contas e a apagar o sorriso dos meus sobrinhos do quadriculado do caderno. A sentir os xis-corações. Os seus braços a crescerem à volta do meu pescoço. Deixa-te de ser lamechas. Vá. Deixa-te de tretas.Vai ser muito bom. E mesmo que não fosse. Não podes ficar aí de braços cruzados, a ruminar. Logo agora que eu começava a gostar de certas rotinas e a gostar de quem gosta de certas rotinas. Logo agora que a Senhora Zulmira sabia os dias em que eu podia beber o café com a nata. Boa hidro, menina. E abria o sorriso. Deixe as calorias na água.
Logo agora que eu sabia que saindo de casa às 8.25 em ponto, não tinha de acelerar a passar o túnel, por não ter antena, para ouvir os Sinais, na TSF. Logo agora que...Não vale a pena ruminar. Mas há imagens que insistem. Acontecem em minutos e repetem-se uma vida.
O pisa-papéis, pesado, precioso, na cabeça do Senhor Manuel. O pisa-papéis inteiro na cabeça do pisa-mansinho que queria ir a Nova York mas não sabia falar inglês. Como foste capaz?
A mercadoria do contentor por conferir. A recusa da assinatura. Ò dra. não assina? Isso vai dar problemas. E deu.A gajita de 26 anos a chamar-te demasiado educada. Como se fosse um insulto.A dizer-te que era preciso ter tomates. Como se fosse um requisito.E tu, polida, a dizer que tomates, tomates, tem quem recusa uma pipa de massa à porta de casa. Que - perdão - tomates, tomates, tem o Sr. Manuel, que levou com o pisa-papeis do Dubai nas trombas e nem chiou. Cambaleou. A sangrar. Pingas de sangue no mármore. Atrás de si. E depois, no Jaguar.Surreal. Não havia muito mais por onde escolher.A choradeira dentro do Focus. Estrada fora. Não imagino como vai ser.Não imagino. E até imaginava.Mais uma história banal.A tentação, à flor dos lábios. Voz alta, dentro do carro.Porquê a mim?Poupa-me. Por favor.A ti, porque sim, porque se não fosse a ti, era a outra qualquer.E depois, de repente, já perto de Lisboa ou Luanda, aconteceu.O coração, feito casa de muito movimento. Alfândega de novas mercadorias.Voltado para o Douro, feito cais de afectos. O granito como retrato, a luz como estímulo. Como se houvesse milagre.
Escrito/editado por Marta 4 Terráqueos
Etiquetas: crónicas
segunda-feira, fevereiro 16
Esqueçam a neutralidade
Escrito/editado por Marta 1 Terráqueos
Etiquetas: livros que ando a ler, Tom Peters
os olhos
se um gesto me definisse seria o de te afastar o cabelo
para te ver melhor o rosto que me
[enche de bravura
e só te vejo pelos meus olhos por serem os que te vêem
mais bela
por isso os escolho sempre
tenho os olhos feitos à medida da tua cara
e só tenho olhos para ti
quando não estás sou invisível e quase invisual
a visão não me serve de nada
vejo mas sem cor e é pior que a preto e branco
é desfocado
é esbatido
e sem chama
e sem cheiro
contigo cheira bem
sabe bem
ouve bem o que digo porque é sincero
porque se não fosse
todo eu era falso
cada falso que há aí merecia cadeia ou morte
mas com os teus braços finos a fazer as vezes da corda que me serpenteia o pescoço
[para me matar de felicidade
e só te quero a ti
e só te vejo a ti
como a última noite do Verão mais quente
com o céu mais estrelado
com a lua mais cúmplice
com os gestos mais carinhosos
e tiro-te o cabelo da frente com a ajuda da minha mão direita
que só existe para isso
e vou para te beijar mas não o faço
hesito porque os meus olhos pediram-me que os deixasse olhar para ti mais uma vez
e eu deixo para eles não chorarem muito
joao negreiros, in a verdade dói e pode estar errada
[ps. meu muito querido João, quando te leio, ter-te no coração é tão pouco.
ps2. Dina, querida Dina, obrigada]
Escrito/editado por Marta 4 Terráqueos
Etiquetas: Poemas que sinto
quinta-feira, fevereiro 12
«O homem não nasceu para trabalhar...
Escrito/editado por Marta 7 Terráqueos
A evolução de Darwin
Escrito/editado por Marta 1 Terráqueos
quarta-feira, fevereiro 11
Do chapéu e da forma de o usar I

Sobre a história do chapéu encontramos alguns estudos e artigos mais ligeiros. Comecei por procurar o significado actual da palavra chapéu num dicionário de 1998, o mais recente que consultei, que refere o seguinte:«cobertura para a cabeça, geralmente formada de copa e aba;cobertura para a cabeça de senhoras, de feitios vários e com ou sem adornos; abrigo; resguardo». Num outro dicionário, de 1972, significa «cobertura de forma diversas, para a cabeça de homem ou de mulher». O primeiro dicionário especifica melhor o chapéu de senhora, talvez porque hoje em dia encontremos mais pessoas do sexo feminino a usarem chapéu.Os livros actuais sobre etiqueta e protocolo também reservam mais espaço ao chapéus de senhora e, mesmo as próprias revistas de moda, dedicam-lhe mais atenção. Mas nem sempre foi assim. Nas civilizações clássicas o chapéu era interdito aos escravos e à mulher. Mulheres nobres e plebeias, por lei renovada pelo imperador Séptimo Severo, não o podiam usar. Esta proibição serviu como inspiração à mulheres daquele tempo, que fizeram dos penteados a arte de adornar a cabeça. [continua]
Escrito/editado por Marta 3 Terráqueos
Etiquetas: chapéus, Das minhas investigações
Há-de flutuar uma cidade
há-de flutuar uma cidade no crepúscolo da vida
pensava eu... como seriam felizes as mulheres
à beira mar debruçadas para a luz caiada
remendando o pano das velas espiando o mar
e a longitude do amor embarcado
por vezes
uma gaivota pousava nas águas
outras era o sol que cegava
e um dardo de sangue alastrava pelo linho da noite
os dias lentíssimos... sem ninguém
e nunca me disseram o nome daquele oceano
esperei sentada à porta... dantes escrevia cartas
punha-me a olhar a risca de mar ao fundo da rua
assim envelheci... acreditando que algum homem ao passar
se espantasse com a minha solidão
(anos mais tarde, recordo agora, cresceu-me uma pérola no coração. mas estou só, muito só, não tenho a quem a deixar.)
um dia houve
que nunca mais avistei cidades crepusculares
e os barcos deixaram de fazer escala à minha porta
inclino-me de novo para o pano deste século
recomeço a bordar ou a dormir
tanto faz
sempre tive dúvidas que alguma vez me visite a felicidade
Al Berto
Escrito/editado por Marta 3 Terráqueos
Etiquetas: Poemas que sinto
terça-feira, fevereiro 10
Confissões inconfessáveis
Escrito/editado por Marta 8 Terráqueos
Etiquetas: confissões, objectos
Crónica de uma marta anunciada
Fui ler-te e já não regressei a mesma. É lá possível!
«El cariño que te tengo/ Yo no lo puedo negar…»
Como em três músicas cheguei ao destino, arranquei o disco à boca negra do leitor e voltei a enfiá-lo no saco para o continuar a ouvir no escritório. Mas deu-me para te ler, em vez de trabalhar e, agora, estou aqui, literalmente a ver passar os eléctricos, sem vontade de fazer o que tenho de fazer. Ontem o Miguel disse-me que ias a Havana. E acho que foi isso que me fez procurar o disco e me deixou com vontade de rever o documentário homónimo.
A vida a fazer de conta, a correr na tela, depois de acontecer na vida.
Com as luzes todas apagadas. Para se fazer silêncio, deste lado.
Como se o mundo inteiro fosse uma sala de cinema. O disco, agora no meu portátil, vai tocando La Bayamesa. Já no fim. E eu, com as músicas e os filmes que me disseram, que me dizem, a cruzarem-se num aparente non sense. A cores e a preto e branco, músicas de uns, diálogos de outros. Pessoas reais, que amo, e outras inventadas, em que acredito, todas a dialogarem.
«A música faz-nos pensar em bons momentos que vivemos e fomos felizes ou, quem sabe, em algo que podemos viver ainda».
Escrito/editado por Marta 6 Terráqueos
Etiquetas: crónicas
Não interessa nada...
Escrito/editado por Marta 1 Terráqueos
Etiquetas: etiquetas, inutilidades
segunda-feira, fevereiro 9
Quem quer ser bilionário?


Escrito/editado por Marta 9 Terráqueos
Etiquetas: filmes
domingo, fevereiro 8
Bilhete postal para a Rosa
Escrito/editado por Marta 2 Terráqueos
Postal de aniversário para o Carlos

Escrito/editado por Marta 4 Terráqueos
quinta-feira, fevereiro 5
Para lá do Marão...
Escrito/editado por Marta 3 Terráqueos
quarta-feira, fevereiro 4
Mortinha por ver...

"Me gustan -dice- las películas en las que los personajes hablan, o escuchan; y en ésta ocurren muchas cosas, de hecho es el guión con más trama de los que he escrito hasta ahora. Pero hay muchos momentos en que los personajes se expresan a través de la palabra, y del silencio. Es una película de personajes, de actores".»
Escrito/editado por Marta 10 Terráqueos
terça-feira, fevereiro 3
Ouvir rádio à noite, em casa

Escrito/editado por Marta 2 Terráqueos
segunda-feira, fevereiro 2
CONVITE
Escrito/editado por Marta 4 Terráqueos
Re - edição - O Escritor Famoso
Ela abordou o escritor famoso, segura nos gestos, na postura, na voz.
- Vim aqui com o propósito de lhe pedir o favor de ler este original de que sou autora. A sua opinião é importante. Talvez decisiva.
O escritor famoso estendeu a mão para segurar o original, enquanto lhe perguntou pelo nome.
- Maria Helena.
- Pois até o leio, Maria Helena, se me disser porque escreve. Sorriu.
- Bem…porque gosto de escrever!
- Não é suficiente. Hoje, toda a gente gosta de escrever! Quase aposto que tem um blog…Tem?
- Não. Não tenho, mas escrevo num.
- É a mesma coisa. Pertence ao grupo banal e eclético daqueles para quem não é suficiente dizer. Pois claro que se acabaram as tertúlias de café. Hoje já ninguém conversa, a oralidade está a perder-se. Toda a gente quer fixar as palavras no papel ou no ecrã. No silêncio de um suporte qualquer. A honra da palavra extingue-se. A palavra dita está rouca. A vulgaridade escreve-se. Deve achar que o que tem para dizer é tão importante que tem de o fixar, gravar em caracteres, se possível impressos. Já ninguém conta. Já ninguém diz. Ambiciona escrever um livro…
- Lê ou não lê o original?
- Dá-lhe prazer escrever?
- Sim, claro!
- Nada é claro para quem escreve, minha senhora! Provavelmente tem aqui um depósito de coisas claras que vão ofuscar o leitor...
-E o senhor começou ou não a escrever livros?
-Tenho, como sabe, dezenas e dezenas de livros publicados, tiragens fenomenais. Faço sessões de autógrafos. Pedem-me para ler originais. No entanto, não tenho um blog, nem escrevo para nenhum…
- Dê cá o original! Nunca imaginei que…
- Não! Desculpe… Agora vou ler o seu original. Pediu-me que o lesse. Ou acha que numa conversa me dizia tudo o que tem aqui escrito?
Texto publicado em 2005, no Amor e Ócio, no âmbito da niciativa O Escritor Famoso
Escrito/editado por Marta 5 Terráqueos
Etiquetas: crónicas