quinta-feira, fevereiro 19
Os dados estão lançados
Continua a ser um dos livros da minha vida. E creio que fará parte da extensa lista, mantendo-se no top 10, mesmo no dia em que eu fizer 207 anos! É um livro recorrente. Falo dele, na expectativa de que alguém me diga: olha, já foi reeditado em Portugal. A informação que tenho é de que a última vez que o livro deu à estampa, no nosso país, foi há vinte e tal anos! Eu li-o há muitos, muitos anos. Numa tarde. Em Lisboa. Tinha atravessado o Tejo, com ele. E, já na outra margem, não consegui parar de o ler. Sentei-me num café qualquer e continuei a lê-lo, deixando o congresso para depois. Depois do livro. Desde então, essa história, habita-me.
Essa versão que li, emprestei-a e nunca mais a recuperei. A Teresa, a quem eu já tinha povoado o imaginário com a minha história da história do Jean - Paul Satre; a quem eu já tinha falado do artigo 140, como se estivesse consagrado na Declaração Universal dos Direitos Humanos, foi ao Brasil e trouxe-mo. Diz assim, na contracapa.
«O impossível é sempre mais sedutor que o possível. Depois que nossos valores já estão relativamente definidos, e a rotina, por mais tortuosa que seja, já triturou nossa semeadura inicial de ilusões, começamos a fantasiar as utopias. Poder voltar, refazer ou atar os nós das pontas soltas de nossos objetivos, talvez anulasse os nossos medos e insatisfações. E que espaço ocupariam o amor e o dever neste eterno retornar? Seríamos salvos pelo amor? Morreríamos pelo dever? Ora! Mas não é o dever uma forma altruísta de amor?».
Chama-se OS DADOS ESTÃO LANÇADOS. E na minha memória a edição nunca se esgota.
Ps. Para mim e para a MRF foi uma cumplicidade...
Etiquetas: livros da minha vida
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8 Comments:
Prevejo ataque de Funes.
não conheço esse livro.. vou procurar. :) vim retribuir a visita lá no solstícios.
O quem te avisa teu amigo é estragou-me comentário. Mas fica a pergunta: já não bastava o inominável Torga? Tinha também que ser a aberração do Sartre?
Estimado Prof. Funes:
já leu o livro? conhece a história?
está apenas a regurgitar mais uns ódios de estimação...é o que é.
os postulados do existencialismo?
o que nos une Professor, repito, é o grandioso BORGES e mai nada!
...e, pronto, concedo, o seu feitio irrascível que só é suportável porque às vezes descamba em comentários fra(c)turantes e humorados; alguns - muito raros - absolutamente brilhantes.
E quanto ao Torga, estimado Funes, farei
um ensaio - (tem anos a intenção...estou no inferno :) em defesa do poeta, que lhe dedicarei! E enquanto não o faço, postarei poemas do Torga em sua homenagem.
Defenda-se, se lhe apetecer!
Peleja verbal antiga, ao que parece. É?
Minha amiga não te metas com ele que eu fui ver e ó senhor é advogado e os advogados é o que se sabe.
O que interessa é o livro e o livro vou procurá-lo. Porque todos os livros que já me recomendaste eu adorei.
beijos
Cristina M
Claro que não li o livro. E, por isso, não disse mal dele. Disse mal do Sartre, o abominável Sartre, o adorador de bandidos.
Olha, cheguei agora e vim ler em escada a vida em Marta dos últimos dias. Acho que a injustiça continua, não há reedição em Portugal. Eu mantenho o meu livrinho de capa verde e não o empresto a ninguém, apesar de emprestar muitos outros. Tesouro íntimo é coisa difícil de partilhar. Mas, ó cúmplice, não achas que devemos criar um lobby ou lançar uma petição para que o livro reapareça no mercado? :))
Beijo
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