sábado, julho 28
A verdade é que fomos
A verdade é que fomos
feitos do mesmo sangue
violento e humilde
A verdade é que temos
ambos a graça de compreender
todos os homens e todas as estrelas
A verdade é que Deus
nos ensinou
que este é o tempo da razão ardente.
Deus hoje deu-me um pouco
do que toda a vida lhe pedi
foi esta calma e simples aceitação
de que é preciso que estejas
longe de mim
para que amando eu possa conservar
o meu coração puro.
As ruas hoje pareciam mais largas
e mais claras
As casas e as pessoas
pareciam diferentes
Foi só o tempo de pedir a Deus
que prolongasse o generoso engano.
Tu ensinaste-me as palavras simples
as palavras belas
as palavras justas
E fizeste com que eu já não saiba
falar de outra maneira.
O amor substitui
o Sol — que tudo ilumina.
Sonhar contigo é quase como
saber que existo para além de mim.
Se basta que de mim te lembres
para que o sono facilmente venha
porque não hás-de dar-me amor a paz
com que o meu coração de há tanto tempo sonha
Vês como é tão simples
ter o coração
tão perto da terra
e os olhos nos olhos
e a alma tão perto
da tua alma
Por que será
que quanto mais repartimos
o coração
maior e mais nosso ele fica?
Raúl de Carvalho
imagem: Alberto Viana de Almeida
feitos do mesmo sangue
violento e humilde
A verdade é que temos
ambos a graça de compreender
todos os homens e todas as estrelas
A verdade é que Deus
nos ensinou
que este é o tempo da razão ardente.
Deus hoje deu-me um pouco
do que toda a vida lhe pedi
foi esta calma e simples aceitação
de que é preciso que estejas
longe de mim
para que amando eu possa conservar
o meu coração puro.
As ruas hoje pareciam mais largas
e mais claras
As casas e as pessoas
pareciam diferentes
Foi só o tempo de pedir a Deus
que prolongasse o generoso engano.
Tu ensinaste-me as palavras simples
as palavras belas
as palavras justas
E fizeste com que eu já não saiba
falar de outra maneira.
O amor substitui
o Sol — que tudo ilumina.
Sonhar contigo é quase como
saber que existo para além de mim.
Se basta que de mim te lembres
para que o sono facilmente venha
porque não hás-de dar-me amor a paz
com que o meu coração de há tanto tempo sonha
Vês como é tão simples
ter o coração
tão perto da terra
e os olhos nos olhos
e a alma tão perto
da tua alma
Por que será
que quanto mais repartimos
o coração
maior e mais nosso ele fica?
Raúl de Carvalho
Escrito/editado por Marta 2 Terráqueos
quarta-feira, julho 25
terça-feira, julho 24
segunda-feira, julho 23
domingo, julho 22
segunda-feira, julho 9
sábado, julho 7
"Quem se importa"
“Mais do que um filme, um movimento que inspira a transformação social. É assim que se apresenta no site dedicado ao documentário “Quem se importa”, da realizadora brasileira Mara Mourão. O filme está, desde abril, em digressão pelo Brasil e, em setembro, estreia em Lisboa, no âmbito do festival Greenfest, avançaram à FOCUSSOCIAL Mara Mourão e Francisco Collares Pereira, da Fundação EDP, responsável pela passagem do filme no nosso país.
“Ele é mesmo um homem muito especial. Nota-se, de imediato, pelo seu olhar”. Mara Mourão fala de Muhammad Yunus (Gremeen Bank, Bangladesh), “pai” do microcrédito, um dos 18 empreendedores sociais que deram o seu testemunho neste documentário que demorou um ano a editar. A seleção foi muito difícil, deixou de fora “milhares de pessoas, trabalhos brilhantes e inovadores” e, por isso, “estou pensando fazer uma série de televisão”, disse-nos a realizadora.
Nesta entrevista, fala, ainda, das características que, do seu ponto de vista, deve ter um empreendedor social e da sua capacidade distintiva de “saber o que a sociedade precisa num determinado momento”. E explica a diferença: “Se a pessoa faz um trabalho em grande escala e afeta milhões de vidas, ela é chamada de empreendedor social. Se faz em escala menor, é chamada de transformador ou agente de mudança. Tem vários nomes, mas acredito que todos são nomes diferentes para um espírito comum, o espírito de arregaçar as mangas e não se conformar”.
Mara Mourão não pára. Já está em “fase de captação de recursos” para o seu novo filme de ficção Duas Mulheres e Alguns Crimes e tem, no mesmo ritmo, um novo documentário. A cineasta continua apostada em mudar o mundo com filmes que agitem consciências e motivem a ação. De resto – garante – só não a veremos a fazer filmes de “tiros”. O seu território visual anda entre o fazer rir e o dar que pensar. Sempre com uma história que tenha impacto social, independentemente do sucesso da bilheteira. Porque o importante é a “qualidade” de quem vê e o que fará com a mensagem que recebeu. Se o resultado produzir mudanças positivas, a missão está cumprida.
Entrevista aqui
[nota importante "esquecida" por que escreveu: a voz do documentário "Quem se importa" é do Rodrigo Santoro... ;)]
Escrito/editado por Marta 0 Terráqueos
Silêncio e solidão
“(...) Minha infância de menina sozinha deu-me duas coisas que parecem negativas, e foram sempre positivas para mim: silêncio e solidão. Essa foi sempre a área de minha vida. Área mágica, onde os caleidoscópios inventaram fabulosos mundos geométricos, onde os relógios revelaram o segredo do seu mecanismo, e as bonecas o jogo do seu olhar. Mais tarde, foi nessa área que os livros se abriram e deixaram sair suas realidades e seus sonhos, em combinação tão harmoniosa que até hoje não compreendo como se possa estabelecer uma separação entre esses dois tempos de vida, unidos como os fios de um pano.”
Cecília Meireles
Escrito/editado por Marta 1 Terráqueos
quarta-feira, julho 4
terça-feira, julho 3
segunda-feira, julho 2
domingo, julho 1
O astro de dentro
Podia haver
[no lugar do coração]
um oceano, seis continentes, um avião
um astro azul ou um cometa envidraçado
uma pedra vinda do espaço
um quadrado ou mesmo um rectângulo arredondado,
podia ter
e nem teria terminado.
Até podia ter
[no lugar do coração]
um livro em branco, já escrito ou por escrever
um projecto de mundo, um traço
por nascente de rio ou mesmo um monte inacabado
um lápis, um bocado de giz ou um poema
que se escreve só por escrever,
que ainda assim,
ali, além, pelos jeitos dum fogo lento
no grande mar, peito adentro
ele, o astro refeito que comigo trago
continuaria sempre a bater.
Leonardo B
[Setembro 28, 2011]
[meu querido A. neste dia tão especial, muitos parabéns, com um dos teus poemas de que mais gosto. apesar da escolha ser mesmo muito muito difícil...obrigada pela tua imensa sensibilidade. sempre. abraço, marta]
Escrito/editado por Marta 1 Terráqueos
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