sexta-feira, novembro 30
Dia das Livrarias
« Dia das Livrarias
Portugal associa-se a iniciativa que nasceu em Espanha
Cerca de uma dezena de livrarias portuguesas associa-se hoje ao Dia das
Livrarias, evento organizado em Espanha e que se estende a Portugal por
iniciativa da Fundação José Saramago e do movimento Encontro Livreiro.
A extensão da ideia espanhola para Portugal é, segundo a fundação, incentivar
as livrarias, sobretudo as independentes e as de mais pequena
dimensão, a terem mais visitantes, “contrariando a tão real crise que leva
tantos a temer o fecho iminente desses espaços de cultura”.
O movimento Encontro Livreiro, por seu lado, dá conta, no seu site, de
pelo menos uma dezena de livrarias a associarem-se ao evento, entre as
quais a Fonte das Letras, de Montemor-o-Novo, a Pó dos Livros, GATAfunho
e Assírio & Alvim, de Lisboa, a Traga-Mundos, de Vila Real, e a centenária
Livraria Esperança, do Funchal.
Em Portugal, o Dia das Livrarias acontece na data em que morreram os
escritores Fernando Pessoa (30 de Novembro de 1935) e Fernando Assis
Pacheco (30 de Novembro de 1995).
Em Espanha, é a segunda vez que a Associação de Livrarias e o Colégio de
Escritores organizam o Dia das Livrarias, para dar a conhecer “o prazer
pela leitura e pelos livros”, e para os livreiros mostrarem aos visitantes “os
livros que precisam e também os que eles desconhecem que precisam”.
A ideia é recordar “a função social e cultural” de uma livraria na sociedade,
lê-se no manifesto espanhol. » Fonte: Página 1
Portugal associa-se a iniciativa que nasceu em Espanha
Cerca de uma dezena de livrarias portuguesas associa-se hoje ao Dia das
Livrarias, evento organizado em Espanha e que se estende a Portugal por
iniciativa da Fundação José Saramago e do movimento Encontro Livreiro.
A extensão da ideia espanhola para Portugal é, segundo a fundação, incentivar
as livrarias, sobretudo as independentes e as de mais pequena
dimensão, a terem mais visitantes, “contrariando a tão real crise que leva
tantos a temer o fecho iminente desses espaços de cultura”.
O movimento Encontro Livreiro, por seu lado, dá conta, no seu site, de
pelo menos uma dezena de livrarias a associarem-se ao evento, entre as
quais a Fonte das Letras, de Montemor-o-Novo, a Pó dos Livros, GATAfunho
e Assírio & Alvim, de Lisboa, a Traga-Mundos, de Vila Real, e a centenária
Livraria Esperança, do Funchal.
Em Portugal, o Dia das Livrarias acontece na data em que morreram os
escritores Fernando Pessoa (30 de Novembro de 1935) e Fernando Assis
Pacheco (30 de Novembro de 1995).
Em Espanha, é a segunda vez que a Associação de Livrarias e o Colégio de
Escritores organizam o Dia das Livrarias, para dar a conhecer “o prazer
pela leitura e pelos livros”, e para os livreiros mostrarem aos visitantes “os
livros que precisam e também os que eles desconhecem que precisam”.
A ideia é recordar “a função social e cultural” de uma livraria na sociedade,
lê-se no manifesto espanhol. » Fonte: Página 1
Escrito/editado por Marta 2 Terráqueos
terça-feira, novembro 27
porque sim
"O mundo cinéfilo comemorou, ONTEM, 70 anos sobre a estreia de uma das jóias maiores da História da Sétima Arte. «Casablanca», de Michael Curtiz, viu o grande ecrã pela primeira vez em Nova Iorque, a 26 de Novembro de 1942, em plena II Guerra...Mundial. A história dos desencontros amorosos e sacrifícios dos antigos amantes Rick (Humphrey Bogart) e Ilsa (Ingrid Bergman) correu mundo, bem como a voz de Sam (Dooley Wilson), no standard "As Time Goes By", revisitado vezes sem conta, nos últimos 70 anos."
Escrito/editado por Marta 0 Terráqueos
sábado, novembro 17
Possibilidades
Prefiro cinema.
Prefiro os gatos.
Prefiro os carvalhos nas margens do Warta.
Prefiro Dickens a Dostoievski.
Prefiro-me gostando de homens
em vez de estar amando a humanidade.
Prefiro ter uma agulha preparada com linha.
Prefiro a cor verde.
Prefiro não afirmar
que a razão é culpada de tudo.
Prefiro as excepções.
Prefiro sair mais cedo.
Prefiro conversar com os médicos sobre outra coisa.
Prefiro as velhas ilustrações listradas.
Prefiro o ridículo de escrever poemas
ao ridículo de não os escrever.
No amor prefiro os aniversários não redondos
para serem comemorados cada dia.
Prefiro os moralistas,
que não prometem nada.
Prefiro a bondade esperta à bondade ingénua demais.
Prefiro a terra à paisana.
Prefiro os países conquistados aos países conquistadores.
Prefiro ter objecções.
Prefiro o inferno do caos ao inferno da ordem.
Prefiro os contos de fadas de Grimm às manchetes de jornais.
Prefiro as folhas sem flores às flores sem folhas.
Prefiro os cães com o rabo não cortado.
Prefiro os olhos claros porque os tenho escuros.
Prefiro as gavetas.
Prefiro muitas coisas que aqui não disse,
a outras tantas não mencionadas aqui.
Prefiro os zeros à solta
a tê-los numa fila junto ao algarismo.
Prefiro o tempo do insecto ao tempo das estrelas.
Prefiro isolar.
Prefiro não perguntar quanto tempo ainda e quando.
Prefiro levar em consideração até a possibilidade
do ser ter a sua razão.
Wislawa Szymborska
em vez de estar amando a humanidade.
Prefiro ter uma agulha preparada com linha.
Prefiro a cor verde.
Prefiro não afirmar
que a razão é culpada de tudo.
Prefiro as excepções.
Prefiro sair mais cedo.
Prefiro conversar com os médicos sobre outra coisa.
Prefiro as velhas ilustrações listradas.
Prefiro o ridículo de escrever poemas
ao ridículo de não os escrever.
No amor prefiro os aniversários não redondos
para serem comemorados cada dia.
Prefiro os moralistas,
que não prometem nada.
Prefiro a bondade esperta à bondade ingénua demais.
Prefiro a terra à paisana.
Prefiro os países conquistados aos países conquistadores.
Prefiro ter objecções.
Prefiro o inferno do caos ao inferno da ordem.
Prefiro os contos de fadas de Grimm às manchetes de jornais.
Prefiro as folhas sem flores às flores sem folhas.
Prefiro os cães com o rabo não cortado.
Prefiro os olhos claros porque os tenho escuros.
Prefiro as gavetas.
Prefiro muitas coisas que aqui não disse,
a outras tantas não mencionadas aqui.
Prefiro os zeros à solta
a tê-los numa fila junto ao algarismo.
Prefiro o tempo do insecto ao tempo das estrelas.
Prefiro isolar.
Prefiro não perguntar quanto tempo ainda e quando.
Prefiro levar em consideração até a possibilidade
do ser ter a sua razão.
Wislawa Szymborska
Escrito/editado por Marta 2 Terráqueos
Aves
Comprei-o ontem. Para mim e para oferecer. Fala da capacidade de sonhar. De continuar a sonhar. E fica-se com ele horas a fio. A folhear muito lentamente. É tão lindo! É lindíssimo. E cheira muito bem. A livro impresso. E traz uma ilustração. Se a quisermos colocar na parede ou no tecto. Sei lá bem. E eu quero. Só não sei onde. Se na parede, se no tecto. É um livro de tamanho certo para pousar no colo. É um livro que dá vontade de acariciar. De passar a mão pelas penas muito macias das aves. Enquanto a comoção nos passa e a sensação de espelho desaparece. É que é tremendamente humano. E o mais engraçado é que não estou a exagerar. Só não sei é dizer isto de outra maneira.
Fonte: aqui
Escrito/editado por Marta 3 Terráqueos
Pensar em ti é coisa delicada
Pensar em ti é coisa delicada.
É um diluír de tinta espessa e farta
e o passá-la em finíssima aguada
com um pincel de marta.
Um pesar grãos de nada em mínima balança
um armar de arames cauteloso e atento,
um proteger a chama contra o vento,
pentear cabelinhos de criança.
Um desembaraçar de linhas de costura,
um correr sobre lã que ninguém saiba e oiça,
um planar de gaivota como um lábio a sorrir,
Penso em ti com tamanha ternura
como se fosses vidro ou película de loiça
que apenas como o pensar te pudesses partir.
António Gedeão
imagem:Michael Young
Escrito/editado por Marta 3 Terráqueos
Na lista dos livros que quero ler
Esse nome, António Gedeão, simultaneamente vulgar e também, de certo modo, estranho, aconteceu surgir-lhe no pensamento quando, em 1956, com cinquenta anos, se dispôs a revelar o seu primeiro livro, Movimento Perpétuo, publicado pela Atlântida editora, em Coimbra. Não queria que ninguém soubesse da sua identidade como poeta. Para isso, era necessário apresentar-se com um pseudónimo de tal modo vivo, de tal modo invulgar que ele próprio não se reconheceria às primeiras. Medo? Medo do público leitor? Medo de si próprio? As hesitações para esta primeira publicação foram imensas! E o livro foi publicado no mais completo segredo, tudo combinado com o editor. Ninguém saberia que António Gedeão era Rómulo e que Rómulo era António.» Cristina Carvalho
Fonte: aqui
Escrito/editado por Marta 2 Terráqueos
segunda-feira, novembro 5
Karl Kraus no Gato Vadio
"Sábado, 10 de Novembro, pelas 17h00, no Gato Vadio (Rua do Rosário, 281, Porto).
Karl Kraus (1874-1936) é um dos autores mais relevantes do período da “Viena de 1900”. Além de milhares de textos polémicos e de glosas e ensaios satíricos, publicou também textos líricos, aforismos e vários dramas, dos quais sobressai o monumental “Os últimos dias da humanidade”, escrito ao longo da Primeira Guerra Mundial e vindo a lume, na sua versão definitiva, em 1922."
Karl Kraus (1874-1936) é um dos autores mais relevantes do período da “Viena de 1900”. Além de milhares de textos polémicos e de glosas e ensaios satíricos, publicou também textos líricos, aforismos e vários dramas, dos quais sobressai o monumental “Os últimos dias da humanidade”, escrito ao longo da Primeira Guerra Mundial e vindo a lume, na sua versão definitiva, em 1922."
Escrito/editado por Marta 3 Terráqueos
Rosto da muralha
um homem com o coração nas mãos
correu pela borda da noite
para oficiar as trevas
havia uma guerra anunciada
e três guerras por resolver
em toda a parte
tinham mudado os sinais
um homem abraçado à sua própria sombra
estendia o coração
para resolver o caminho
era difícil perceber
por que começavam os dias a meio das noites
era difícil perceber
a noite única que testava
no lugar do coração antigo
um homem vai bêbado de seu próprio sangue
e mal ouve a voz de anunciar princípios
perdeu a capacidade do gesto
não consegue deixar o rasto
de sua mão de sangue na face da muralha
as mãos já não são mãos
mas um tecido de veias
que pingam no útero da floresta
um homem arrancou o seu próprio coração
p'ra fundar a noite
encontrar o caminho
descobrir a voz
construir a fala
deixar um gesto de prata
no rosto da muralha
Ana Paula Tavares
imagem: Mestre Júlio Resende
Escrito/editado por Marta 1 Terráqueos
domingo, novembro 4
quinta-feira, novembro 1
O tempo passa ? Não passa
O tempo passa ? Não passa
no abismo do coração.
Lá dentro, perdura a graça
do amor, florindo em canção.
O tempo nos aproxima
cada vez mais, nos reduz
a um só verso e uma rima
de mãos e olhos, na luz.
Não há tempo consumido
nem tempo a economizar.
O tempo é todo vestido
de amor e tempo de amar.
O meu tempo e o teu, amada,
transcendem qualquer medida.
Além do amor, não há nada,
amar é o sumo da vida.
São mitos de calendário
tanto o ontem como o agora,
e o teu aniversário
é um nascer a toda hora.
E nosso amor, que brotou
do tempo, não tem idade,
pois só quem ama escutou
o apelo da eternidade.
Escrito/editado por Marta 0 Terráqueos
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