quinta-feira, setembro 17
Pin - uma explicação de ternura
Escrito/editado por Marta 1 Terráqueos
On the road
On the Road à procura do senhor, de Irene Loureiro
Inaugura no próximo Sábado, às 15 horas. - Rua do Rosário, 147, Porto
Escrito/editado por Marta 0 Terráqueos
Etiquetas: eventos, Exposições
Ynari, a menina das cinco tranças
Vi-o ao longe, na Fnac. E pensei: Danuta. Eu só penso Danuta, porque não sei dizer o segundo nome. Não porque a conheça pessoalmente. Conheço-lhe as ilustrações. Para aí desde 2003. E gosto tanto, tudo íssimo.
Depois aproximei-me e vi que o livro é da autoria de Ondjaki. Não imaginava. Bela dupla, pensei. Levei-o para casa e li-o nessa noite. Gostei bastante. Até porque, Ynari que me perdoe «o meu coração também inventa palavras...» e nada como nos identificarmos com o texto para que nos prenda e nos fique cá dentro.
Ondjaki in Ynari A Menina das Cinco Tranças
Ilustração (C) Danuta Wojciechowska
Escrito/editado por Marta 3 Terráqueos
Etiquetas: Danuta Wojciechowska, Escritores, ilustradores, Ondjaki
sms
eu ando numa roda viva
meus amigos
e o pior
é que vai piorar.
é favor concederem-me umas horitas a mais. pode ser? ;)
Escrito/editado por Marta 9 Terráqueos
Etiquetas: coisas minhas, tempo, trabalho
quarta-feira, setembro 16
Retrato
Escrito/editado por Marta 25 Terráqueos
Etiquetas: Cecília Meireles, Escritores, poemas
terça-feira, setembro 15
Aqui na Terra, na estrada
era tão simples. eu ao volante de uma "pão-de-forma". na bagagem estantes com Aqui na Terra, do Miguel Carvalho. e um punhado de amigos. claro. depois, era só arrancar Portugal fora... e seria este o meu novo trabalho. a levar todos os livros às pessoas.
se souberem de uma vaga avisem :)
enquanto o sonho não se torna realidade, fica a agenda para os próximos dias. anotem aí s.f.f.
Escrito/editado por Marta 10 Terráqueos
Etiquetas: Aqui na Terra, eventos, jornalistas, Miguel Carvalho
Um vendedor de flores
Escrito/editado por Marta 4 Terráqueos
Etiquetas: amigos, aniversários
segunda-feira, setembro 14
o Outono visto pela janela
na casa onde nasci havia sons e cheiros meus
as pessoas que os tinham emprestavam-mos à memória
e eu incluía-os como amigos íntimos
nesta não tem gente
ou se tem não têm cheiro
nem som porque eu não me lembro
gastei toda a memória nas pessoas antigas
e o espaço para as novas é um t1 que fica muito para além do t
onde eu estou sem visitas
fechado à medida de não deixar entrar
preciso do que já foi como do próximo ar para me lembrar que foi bom
eu já fui bom
agora não sei
mas já fui
juro que fui
e quero gastar as únicas energias a fazer manutenção às memórias
p’ra que nenhuma se perca
era pena
é que até a gente que me fez por dentro como a um cofre já não existe
e quero mantê-los ligados à máquina para sempre
e a máquina sou eu
e para sempre sou eu
anda
aconchega-te no mofo do t1
finge que és de antigamente para te dar os beijinhos de quando era pequenino
cheiras à minha avó
à roupa no estendal
à canção do fim dos bonecos
ao banho que está a ficar frio
ao grito do granizo do dia mais longo em que a casa esteve para cair
tu cheiras e sabes ao dia em que a casa esteve para cair
que foi no mesmo dia em que resistiu
como se estivesse ali desde o início dos tempos
e os tivesse começado para eu os acabar
acabar
acabar
acaba comigo que me falha a lembrança
e restas-me como a folha que esteve para cair
e que só não caiu porque o mundo acabou antes do Outono
João Negreiros in arranha os céus e chove
Escrito/editado por Marta 6 Terráqueos
Etiquetas: Escritores, João Negreiros, Poemas que sinto, Poesia
Prémio Nuno Júdice para João Negreiros
“Parece tudo muito simples, sem qualidades, digamos assim, para usarmos uma expressão que já faz parte do nosso aparato crítico contemporâneo, mas não é", afirmou o Professor Doutor António Manuel Ferreira, da Universidade de Aveiro, acrescentando que “um homem que manifesta uma relação tão sincera com a língua portuguesa só pode ser um verdadeiro poeta. E dizer isto é, para mim, dizer tudo”.
Escrito/editado por Marta 1 Terráqueos
Etiquetas: João Negreiros, Poesia, Prémios
Passeggiata
«Passeggiata é um texto sobre a ambiguidade da amizade, da confrontação entre as pessoas. Quem é o outro? Quem somos nós, afinal? Quais os sentimentos que nos movem na relação com os outros? Observamos, estudamos, imitamos. No fundo, no encontro com o outro, procuramos o reflexo da nossa imagem. Na medida do que somos. Ou não». Dia 15, às 21.30, no Theatro Circo, em Braga. Reserve aqui.
Escrito/editado por Marta 3 Terráqueos
Etiquetas: eventos, Theatro Circo
Conjuga-me muito
Escrito/editado por Marta 5 Terráqueos
Etiquetas: gato fedorento, programas
Desejos de consumo
Obrigada Maggie :) mais uma vez.
Regras: listar 5 desejos de consumo que te deixariam glamourosa e indicar 10 blogues.
Passo o desafio: Farol do Vento Norte; Viajar pela Leitura; Só falta um 31 na minha Vida; Vórtice; Um dia [e depois o outro; Falabarata; O mundo através de lentes de plástico; Tal Qual Sou; Pedras no Sapato; Os meus óculos do Mundo.
1.Fazer uma viagem de 7 dias, todos os meses
2.Comprar um bilhete para Itália sempre que me apetecesse
3.Comprar aquele chapéu que vi em Paris, com um preço absolutamente insultuoso
4.Comprar 2 originais de mestre Júlio Resende que eu cá sei
5.Comprar 7 livros por semana
Escrito/editado por Marta 5 Terráqueos
Etiquetas: Desafios blogosféricos, selos
domingo, setembro 13
Mais mimo e muitas perguntas
Este selo foi-me atribuído pela querida Maggie. Vem com estas perguntas e tem de ser atribuído a 11 blogs. Assim, as minhas vítimas são: Devida Comédia; Marcas Dágua, Um Blog que seja seu; A Matriz dos Sonhos; Divas & Contrabaixos; O blog secreto de Leila Pugnaloni; Operador Fotográfico; Há sempre um livro...; O meu sofá amarelo; O que é o jantar; Ares da Minha Graça e Impressões Digitais.
Estou a ler Barroco Tropical.
2. Qual é o livro preferido?
É uma pergunta à qual nunca saberei responder.
3. Autor, capa, recomendação ou sinopse?
Autor, recomendação, sinopse, afectos, impulsos...
São os caminhos mais habituais que me levam a comprar e a ler livros.
4.Um livro que não consegue terminar de ler.
Fiquei-me pela página – só um bocadinho que vou ver onde está o marcador – 87 do Código. Há um outro que não passei das primeiras páginas, mas como gosto muito da poesia que o autor escreve, não vou dizer o nome do romance.
5. Aquele que não sai de sua cabeceira.
A minha mesa-de-cabeceira é uma livraria. Uma estante de livraria :)Tenho lá imensos. Recorrentes. Principalmente de poesia. Ramos Rosa;Eugénio de Andrade;Pessoa; Herberto Hélder; Cesariny; O`Neil; Borges; Jorge de Sena; Ary dos Santos;Cesário Verde; Sophia; Natália; Florbela Espanca; Rosa Alice Branco; Maria do Rosário Pedreira;Ana Luísa Amaral; Clarice; Manuel António Pina; Nuno Júdice; João Negreiros; José Tolentino Mendonça, José Luís Peixoto, Pedro Tamen, Daniel Faria, Valter Hugo Mãe, Kafka, Lautréamont, Rimbaud, Rilke, Baudelaire, Yeats, Tomas Bernhard, Whitman, Siylvia Plath Yourcenar. Enfim... muitos. E Eduardo Galeano. Gosto também muito de o reler.
6. Escritor preferido.
Não tenho um. Tenho vários.
7. Eu recomendo:
Vai, assim, de chofre. O que estiver na ponta dos dedos. Se não, nunca mais respondo, pois recomendar livros é das coisas que mais me inquieta.
Aqui na Terra; Luto Lento; O Apocalipse dos Trabalhadores; Longe de Manaus; No Silêncio de Deus; Somos o Esquecimento que Seremos; Mortal e Rosa; As últimas Tardes com Teresa; A Casa de Papel; Pelo Amor de Judith; Talvez a Lua; A Estrada; A Eternidade e o Desejo; Noites Brancas; Os Dados estão Lançados; O Jardim das Dúvidas; O Homem Sem Qualidades; A Viagem do Elefante; Jesusalém; Ficções; A apresentação do Eu na vida de todos os dias; A Poética do Espaço; Sinais de Fogo, ai Sinais de Fogo; Aparição; História da Loucura; O Arquipélago da Insónia; A Sombra do Vento; Mendigos e Altivos; Plano de Evasão; Diferença e Repetição e por aí fora.
8. Não recomendo:
… que leiam alguns posts do Prof. Funes porque, na minha opinião, são abomináveis. Por outro lado, há outros, raros, brilhantes.
Escrito/editado por Marta 12 Terráqueos
Etiquetas: blogs que leio, Desafios blogosféricos, selos
a noite pede música
Escrito/editado por Marta 3 Terráqueos
Etiquetas: jazz, Miles Davis; John Coltrane
sábado, setembro 12
um lugar em que me encontro
imagem: Gisela Ramos Rosa
Escrito/editado por Marta 13 Terráqueos
Etiquetas: Escritores, Gisela Ramos Rosa, Poemas que sinto
Os abraços desfeitos em Lanzarote
todos os filmes de Almodóvar devem ser vistos. mesmo os menos emocionantes do que Volver, Fala com ela ou Tudo Sobre a Minha Mãe...Todos.
Escrito/editado por Marta 3 Terráqueos
Etiquetas: Cinema, filmes, Pedro Almodovar
sexta-feira, setembro 11
é daqui a pouco, a sessão de abraços
todos conhecem assim aquela sensação de borboletas no estômago. pois é o que sinto. a poucas horas de o ir ver. isso e ansiedade. é sempre assim. com os filmes deste SENHOR.
Abraços Desfeitos. estou à espera dele desde o início deste blog. desde Fevereiro. lembram-se? não. é há mais tempo. em boa verdade eu espero ansiosamente pelo próximo filme de Almodóvar, quando acabo de ver o último.
Escrito/editado por Marta 5 Terráqueos
Etiquetas: Cinema, filmes, Pedro Almodovar
Afectos em estado sólido
Escrito/editado por Marta 5 Terráqueos
Etiquetas: a vida portuguesa, eventos, lojas
Debates para esquecer o eleitorado
Escrito/editado por Marta 0 Terráqueos
Etiquetas: João Fazenda, Revistas
Não tenho para ti quotidiano
Escrito/editado por Marta 8 Terráqueos
Etiquetas: Escritores, Pedro Tamen, Poemas que sinto, Poesia
quinta-feira, setembro 10
My mistakes were made for you
Escrito/editado por Marta 1 Terráqueos
Etiquetas: Músicas, The last shadow puppets
quarta-feira, setembro 9
O Dia
Escrito/editado por Marta 10 Terráqueos
Etiquetas: Escritores, Pedro Tamen, Poemas que sinto, Poesia
terça-feira, setembro 8
e por falar em crónicas, Leonardo

Antes que anoiteça
(lembro-me tanto dos gritos dos leitões agora)
um anel com o emblema do Benfica que aos cinco anos eu achava lindo e os meus pais horrível, que aos cinquenta anos continuo a achar lindo apesar de achar horrível também, e julgo ser altura de começar a usá-lo uma vez que não me sobra assim tanto tempo para grandes prazeres. Quero o anel com o emblema do Benfica, quero minha avó viva, quero a casa da Beira, tudo aquilo que deixei fugir e me faz falta, quero a Gija a coçar-me as costas antes de me deitar, quero o pinhal do Zé Rebelo, quero jogar pingue-pongue com o meu irmão João, quero ler Júlio Verne, quero ir à Feira Popular andar no carrocel do oito, quero ver o Costa Pereira defender um penalti do Didi, quero trouxas de ovos, quero pastéis de bacalhau com arroz de tomate, quero ir para a biblioteca do liceu excitar-me às escondidas com a «Ruiva» de Fialho de Almeida, quero tornar a apaixonar-me pela mulher do faraó nos «Dez Mandamentos» que vi aos doze anos e a quem fui intransigentemente fiel um verão inteiro, quero a minha mãe, quero o meu irmão Pedro pequeno, quero ir comprar papel de trinta e cinco linhas à mercearia para escrever versos contadas pelos dedos, quero voltar a jogar hóquei em patins, quero ser o mais alto da turma, quero abafar berlindes
olho de boi, olho de vaca, contramundo e papa
quero o Frias a contar filmes na escola do senhor André, a falar do Rapaz, da Rapariga e do Amigo do Rapaz, filmes que nunca vi a não ser atrvés das descrições do Frias ( Manuel Maria Camarate Frias o que é feito de ti?)
e as descrições do Frias eram muito melhores do que os filmes, o Frias imitava a música de fundo, o barulho dos cavalos, os tiros, a pancadaria no «saloon», imitava de tal forma que a gente era com se estivesse a ver, o Frias, o Norberto Noroeste Cavaleiro, o homem que achou que eu lhe estava a mexer no automóvel e se desfez num berro
- Trata-me por senhor doutor meu camelo
a primeira vez que uma pessoa cerscida me chamou nomes e eu com vontade de responder que o meu também era doutor, que ao entrar no balneário do Futebol Benfica para me equipar o Ferro-o-Bico explicou aos outros
- o pai do ruço é doutor
e houve à minha roda uma nudez respeitosa, o pai do ruço é doutor, quero voltar a apanhar um táxi à porta de casa e o chofer perguntar:
- É aqui que mora um rapaz que joga hóquei chamado João?
e quero tornar a espantar-me por ele tratar assim o pai do ruço, quero partir um braço e ter gesso no braço ou, melhor ainda, uma perna para andar de canadianas e assombrar as meninas da minha idade, um miúdo de canadianas
achava eu, acho eu
não à rapariga que não deseje namorar com ele e além disso os carros param para a gente atravessar a rua, quero que o meu avô me desenhe um cavalo, eu monte no cavalo e me vá embora daqui, quero dar pulos na cama, quero comer percebes, quero fumar às escondidas, quero ler o «Mundo de Aventuras», quero ser Cisco Kid e Mozart ao mesmo tempo, quero gelados do Santini, quero uma lanterna de pilhas no Natal, quero guarda-chuvas de chocolate, quero que a minha tia Gogó me dê de almoçar
- Abre a boca Toino
quero um pratinho de tremoços, quero ser Sandokan Soberano da Malásia, quero usar calças compridas, quero descer dos eléctricos em andamento, quero ser revisor da Carris, quero tocar todas as cornetas de plástico do mundo, quero uma caixa de sapatos cheia de bichos de seda, quero o boneco da bola, quero que não haja hospitais, quero que não haja doentes, quero que não haja operações, quero ter tempo para ganhar coragem e dizer aos meus pais que gosto muito deles
( não sei se consigo)
dizer aos meus pais que gosto muito deles antes que anoiteça senhores, antes que anoiteça para sempre.
António Lobo Antunes
crónica de 15 de Dezembro de 1996, in Crónicas do Público
Escrito/editado por Marta 4 Terráqueos
Etiquetas: António Lobo Antunes, crónicas
e por falar em Lobo Antunes, Claudia
António Lobo Antunes
Escrito/editado por Marta 13 Terráqueos
Etiquetas: António Lobo Antunes, citações
deixa-me inventar [te] I
Escrito/editado por Marta 5 Terráqueos
Etiquetas: conversas de laboratório
segunda-feira, setembro 7
Os livros
Escrito/editado por Marta 20 Terráqueos
Etiquetas: José Luís Peixoto, Poemas que sinto; Escritores
domingo, setembro 6
os meus olhos deram de falar
Escrito/editado por Marta 1 Terráqueos
Etiquetas: blogs que leio
Logo à noite, no Clube Literário do Porto, às 21 horas
Se cada vez que der um gole de água pensar nisso vou ter de pensar em muitas outras coisas e isso leva-me, a pouco e pouco, a pensar em tudo. Então, em vez de ser um ser, vou ser uma fábrica de ângulos… de pontos de vista que não vão estar certos porque vão ser só mais uma unidade que faz parte das múltiplas possibilidades de análise que rodeiam a nossa vida e a vida dos que nos rodeiam.
A loucura, ou o início dela, é isso, é o momento em que começamos a pensar… a partir daí é sempre a cair de forma sossegada como quem engole chicletes na montanha russa. A loucura é a incapacidade que temos de parar de pensar.
A loucura é o som que nunca ouvimos até ouvirmos, a pessoa que não temíamos até tremermos, a corrente que levávamos no pescoço até sabermos que era de ar… e dá-nos um arrepio daqueles… ou um dos outros… se decidirmos entrar na vida de outra pessoa e analisar a infelicidade pelo ponto de vista de alguém a quem não conhecíamos as maleitas… até passarmos a conhecer. E, quando damos conta, contamos-lhes as dívidas e os trocos, sabemos-lhes os defeitos e as injúrias de alcofa, beijamos-lhes os filhos como nossos, o sangue como morcegos, a sina como ciganos e nós somos eles… e todos.
Mas, quando nos aborrecemos, voltamos para casa… para deixar de sofrer muito com a vida dos outros e passamos a sofrer um bocadinho com os nossos. É que os nossos filhos são mais feios… a nossa mulher é mais gorda… os nossos pais estão menos mortos… os problemas dos outros, dos outros que fazem parte da raça sem sermos nós, são nobres, os outros são heróicos, os outros passam na televisão, os outros choram sem soltar ranho, morrem sem borrar as calças… e as dívidas de jogo são porque tiveram um descuido, uma hesitação, uma fraqueza… nós não…. nós somos descuidados, hesitantes, fracos e nós não gostamos nem um pouco de nós porque queremos passar as tardes em casa do resto da raça a ajudar a raça a sentir-se melhor com ela própria. Nós queremos passar as tardes a jogar às cartas em casa do resto da raça humana e elogiar-lhes as cortinas… e os dentinhos de leite dos rebentos… enquanto os nossos filhos crescem órfãos, os nossos irmãos não nos conhecem, os nossos pais morrem de solidão nos asilos, os nossos cães morrem à fome no beco do caminho para as férias… e a nossa empregada não recebe subsídio de Natal… e o nosso peixe não tem quem lhe mude a água… e a nossa roupa fede porque não quisemos tomar banho. E por isso tudo fedemos a falhanço e levamos eternamente o rosto da derrota dos que se deixaram ficar… dos que não gostam de si… nem do que sai de si…
E que é feito de si?... está com tão bom aspecto… e a sua senhora… está boazinha?… há que tempos que não os via…
Escrito/editado por Marta 6 Terráqueos
Etiquetas: Escritores, eventos, João Negreiros
sexta-feira, setembro 4
Camilo réu no Porto - Histórias na minha cidade

Escrito/editado por Marta 5 Terráqueos
Etiquetas: Camilo Castelo Branco, Porto, Revistas
All you need is a book
2.ª sessão: 07 de outubro, quarta-feira: Jerusalém, Gonçalo M. Tavares
3.ª sessão: 28 de outubro, quarta-feira: Morder-te o Coração, Patrícia Reis
4.ª sessão: 11 de novembro, quarta-feira: o apocalipse dos trabalhadores, valter hugo mãe
5.ª sessão: 25 de novembro, quarta-feira: Efeito Borboleta, José Mário Silva
6.ª sessão: 17 de dezembro, quinta-feira: As Sereias do Mindelo, Manuel Jorge Marmelo
Escrito/editado por Marta 6 Terráqueos
Etiquetas: eventos
Mais mimo bloggosférico


...aos dois, muito obrigada :) por este mimo! Eu vou atribuí-lo em duplicado. Ah, pois é :)
Escrito/editado por Marta 4 Terráqueos
Etiquetas: blogs que leio, selos
Football ideas
Pois claro que também é! Mas a ideia, agora, é apresentar-vos a FOOTBALL IDEAS! Ora espreitem!
[É a empresa que, em breve, me vai contratar dado que eu escrevo lindamente sobre futebol ;) como já tiveram a oportunidade de ler :) :) :)
imagem: Tonho Oliveira
Escrito/editado por Marta 2 Terráqueos
Etiquetas: blogs
quinta-feira, setembro 3
Parabéns, Francisca!
Francisca: a tia ama-te. E, agora, hoje, não consegue dizer mais nada! PARABÉNS, meu amor! É muito bom crescer contigo!
Escrito/editado por Marta 9 Terráqueos
Etiquetas: amor, os meus sobrinhos são geniais
Logo à noite, no Labirinto
Logo à noite, às 22 horas, no Labirinto, no Porto, Cláudia Novais e José Carlos Tinoco lêem poemas de Walt Wihitman, Eduardo Galeano, Jorge de Sena e Guillaume Apollinair. Se eu não tivesse um jantar imperdível, eu estaria lá caidinha! A ouvi-los. A eles e ao Carlos Azevedo, no piano. Fica para a próxima! Se forem, contem-me tudo, pf. ;)
Escrito/editado por Marta 3 Terráqueos
Sapatos Prada by Patrícia Reis
Escrito/editado por Marta 7 Terráqueos
Etiquetas: jornais, Patricia Reis, sapatos
Um chá em 6 passos

Escrito/editado por Marta 3 Terráqueos
Etiquetas: chá, coisas minhas
quarta-feira, setembro 2
Ramos Rosa para João Rui de Sousa
E transcrevo a paz, o sol dos dias.
E também, parto. E também ardo.
Depois disso desse suposto eu abreviado,
Escrito/editado por Marta 4 Terráqueos
Etiquetas: Escritores, João Rui de Sousa, poemas, Prémios
Flash
Escrito/editado por Marta 1 Terráqueos
Etiquetas: Escritores, Herberto Helder, Poemas que sinto
BlogGincana - participem!
Está tudo aqui explicadinho tim tim por tim tim. Participem :)
Escrito/editado por Marta 2 Terráqueos
Etiquetas: blogs que leio
Inspiração é respirar
Espectáculo e percurso antológico da poesia de João Negreiros que tem como objectivo traçar uma rota que vai desde as suas tendências Neo-Surrealistas até à lírica mais conceptual e sonora. A interpretação dos actores visa ser oral, naturalista e inovadora, tornando a literatura mais óbvia, mais universal e mais acessível. É um espectáculo de emoções extremas e dos sentimentos mais íntimos e guarda os momentos mais carinhosos que só se partilham com os amantes, os amigos e o público.»
Próximos espectáculos:
Vila Real, Casa de Pasto Chaxoila, 4 de Setembro às 21h30
Porto, Clube Literário do Porto, 6 de Setembro às 21h30
Braga, Livraria Centésima Página, 8 de Setembro às 21h30
Braga, FNAC do Bragaparque, 10 de Setembro às 21h30
Coimbra, FNAC Fórum, 12 de Setembro às 17h00
Porto, FNAC Norteshopping, 16 de Setembro às 21h30
Vila Real, Associação Espontânea, 19 de Setembro às 21h30
Lisboa, FNAC Chiado, 20 de Setembro às 17h00
Guimarães, Livraria do Centro Cultural São Mamede, 21 de Setembro às 21h30
Porto, FNAC Santa Catarina, 22 de Setembro às 18h30
Escrito/editado por Marta 3 Terráqueos
Etiquetas: eventos, João Negreiros
terça-feira, setembro 1
Setembro
- Setembro seca os montes, rios e fontes
- Em Setembro, colhendo e comendo
- Setembro que enche o celeiro, salva o rendeiro
- Para vindimar, deixa Setembro acabar
- Em Setembro ardem os montes e secam as fontes
- Em tempos de figos, não há amigos
- Vindima molhada, pipa depressa despejada
- Águas verdadeiras, por S. Mateus (dia 21) as primeiras
- Na casa cheia depressa se faz a ceia
- Em Setembro planta, colhe e cava que é mês para tudo
Escrito/editado por Marta 9 Terráqueos
Etiquetas: almanaques; coisas minhas
domingo, agosto 30
Elegia da lembrança impossível
Escrito/editado por Marta 9 Terráqueos
Etiquetas: Jorge Luis Borges, livros da minha vida, Poemas que sinto
Ouvir um post na Antena 1 ou A História Devida
Depois, foram as histórias mais compridas. Não rimavam. Mas a sensação de poema ficava cá dentro. Quando gostava muito delas. Até que, um dia, chegou a Menina do Mar. E eu percebi que os poemas e as estórias eram feitas por pessoas que conheciam outras pessoas, coisas e lugares que um dia, eu também queria conhecer. E pensei na sorte de Sophia! Por conhecer uma menina “de cabelos verdes, olhos roxos, com um vestido de algas encarnadas”. E um Rapaz de Bronze e uma Fada Oriana e um Cavaleiro da Dinamarca. E, depois, por Sophia, descobri que as estórias podiam ter poemas dentro. [Como os filhos, dentro dos abraços dos pais]. Como na estória A árvore, que tanto gostei de ler. E percebi, com clareza, que uma árvore pode transformar-se numa barca. E que, deste modo, uma árvore pode viver no mar. E descobri como um mastro se pode transformar numa guitarra e como essa guitarra pode ter voz. E como essa voz pode ser uma canção e como uma canção pode ser um poema. E como um poema pode ser a memória de uma árvore ou de um povo.
Ensinou-me o espanto. Foi assim que comecei a amar Sophia. Desde muito cedo. Ela cresceu em todos os meus sentidos. Em todo o meu sentir. E percebi, com ela, que não podia viver sem livros. Porque os livros dela me tinham ensinado a olhar para além do aparente. E foi, assim, que a fui procurar às livrarias. Pelo nome. E foi dela, o primeiro livro que eu comprei. Histórias da Terra e do Mar. E, depois, todos os outros que me chegaram. Até toda a sua poesia me entrar, letra a letra, nas veias. E circular como seiva. Até perceber a raiz do “inteiro” e do “original”. Até compreender todas as ilhas que habitam o mundo. Até me apaixonar pela Grécia. Até o mundo, não respirar sem ela. Sem a sua poesia.
E depois, ia-lhe escrevendo cartas. Até que um dia, em Viana do Castelo, durante uma Presidência Aberta, dei conta de nós, no mesmo lugar. Do lado de fora dos poemas. Peguei nas minhas cartas e nos seus livros. Na convicção mais funda do nosso encontro. E nas palavras iniciais que lhe queria dizer. Quando cheguei à Pousada de Santa Luzia, não havia santa que valesse a tanta ansiedade. Não sabia onde por as mãos e, muito menos, o coração. Não sabia nada. O seus poemas todos cá dentro. Como se fossem um só. As palavras apertadas na garganta. Os lábios colados. Quase não respirava. E acho que, mesmo assim, rezei. Para aquela gente ir toda embora. Mas não aconteceu. Até que ela se levantou e eu paralisei. Mas consegui ouvir e ver. E vi-a tão extraordinariamente bela. Tão extraordinariamente sábia. Tão extraordinariamente serena. Que não consegui fazer nada. Nem tão pouco aproximar-me. Admirei-a de longe. Como tinha de ser. Numa afasia total. Numa epifania absoluta. Dentro dos livros. No nosso lugar. Até ao dia da sua morte. Doze anos, depois, daquele dia, em que a vi. Sem a imaginar. Nessa noite de Julho, li-lhe as minhas cartas. Em voz alta. Só lá estava eu. E ela.
Sophia de Mello Breyner e Andresen
Escrito/editado por Marta 7 Terráqueos
Etiquetas: A História Devida, Antena 1, Sophia de Mello Breyner Andresen