sexta-feira, setembro 11
Não tenho para ti quotidiano
Não tenho para ti quotidiano
mais que a polpa seca ou vento grosso,
ter existido e existir ainda,
querer a mais a mola que tu sejas,
saber que te conheço e vai chegar
a mão rasa de lona para amar.
Não tenho braço livre mais que olhar
para ele, e o que faz que tu não queiras.
Tenho um tremido leito em vala aberta,
olhos maduros, cartas e certezas.
Neste comboio longo, surdo e quente,
vou lá ao fundo, marco o Ocupado.
Penso em ti, meu amor, em qualquer lado.
Batem-me à porta e digo que está gente.
Pedro Tamen in as palavras da tribo, Volume I, Co-edição Altamira e Quetzal, pag. 191, 1985
imagem: Angela Bacon-Kidwell
Etiquetas: Escritores, Pedro Tamen, Poemas que sinto, Poesia
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8 Comments:
Eu quero descobrir este livro!
mmm...!
csd
FABULOSO, marta, POEMA.
Pedro Tamen deve ter querido dizer qualquer coisa. Mas escrever sem sujeito, predicado nem complementos não ajuda a fazer-se entender.
Prof. Funes, nem continue!
Pedro Tamen pode fazer o que quiser com sujeitos, predicado e complementos.
estamos combinados?
grande viagem.... obrigada!
Claro que Pedro Tamen pode fazer o que quiser com as palavras. Deus me livre de querer impedir quem quer que seja de dizer o que lhe vem à cabeça. Eu próprio reclamo para mim o direito de dizer o que me vem à cabeça (embora não discuta, obviamente, o direito dos outros não me quererem ouvir que é absolutamente legítimo também).
O que eu pretendi dizer no meu comentário anterior é que se vir um dos meus filhos escrever como Pedro Tamen lhes contratarei um explicador de português. Preocupa-me que eles não sejam capazes de usar o idioma materno, para exprimir o que lhes vai na alma.
É lindo ese poema Marta.
Um beijinho
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