A campanha eleitoral deu sinais de que o termo “arruada”poderá entrar em definitivo no léxico político-partidário. Vários “jornalistas-seniores” ouvidos pelo Página1 apontam para que a utilização do termo tenha surgido na década de 80, nas campanhas da CDU, mas “arruada”
consta hoje das agendas de todos os partidos. O linguista Salvato Trigo diz, contudo, ser errado o uso da expressão. Sendo certo que “muitas vezes, o uso acaba por consagrar normas”, o termo “arruada” é “canhestro” não estando sequer ”consagrado” nos dicionários.
O reitor da Universidade Fernando Pessoa diz que a alternativa correcta seria “passeata”, termo que não define apenas um passeio ligeiro, já que “também pode ter a significação de uma marcha colectiva”. Salvato Trigo deixa ao Página1 outro reparo sobre a expressão “asfixia democrática”, agora corrente. Trata-se, segundo Trigo, de uma expressão “semântica e sintacticamente errada”, porque “um termo anula o outro”.“Ou há democracia ou há asfixia”, sublinha o reitor da
Fernando Pessoa, defendendo que “não é aceitável conjugar dois termos que são a contradição um do outro, aquilo a que se chama, vulgarmente, em retórica um
oxímoro”. O oxímoro aceita-se “no discurso poético, mas não é possível usá-lo num discurso político sério”, uma vez que “o substantivo não é acompanhado por um adjectivo pertinente”.
9 Comments:
o sr. salvato trigo tem a mania que é dono da verdade.
:-))
mas não é.
csd
andaram os elefantes saltintantes de folha em folha de nenúfar ....
abraço, marta
ah , passando a ironia , esta democracia é asfixante porque há níveis de liberdade e de vida estão de facto asfixiados , um deles é o direito ao trabalho em condições de trabalho ... ou não ? ou tão só ao trabalho ?
cordialmente
_________ jrmarto
Nas campanhas políticas brasileiras os adjetivos quase sempre são impertinentes.
:)
a palavra arruada deviam reservar-se para significar as mulheres a quem a rua faz o que a lua faz às outras, as aluadas.
Senhora Claudia Dias,
Garanto-lhe que a menina não sabe nem metade daquilo que o Professor Salvato Trigo sabe.
Leigo
Não sei quem é esse Trigo, mas a verdade é que nisso observou (e disse)muito bem.
subscrevo.
mas continuo a afirmar que não é dono da verdade.
nem eu.
cordialmente
csd
"O homem que não diz que não não é o homem que diz que sim." - diz o A. em "o lado esquerdo". E eu concordo.
Há demasiada semântica política (o que, em si, tb pode ser uma contradição). Mas aos políticos, poder-se-á permitir dizer tudo?
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