
Quando se trata de apanhar um táxi no meio da rua, geralmente, nunca me acontece como nos filmes! Bem que estico a mão, o pé e nada! Nunca aparece um disponível, logo ali! A primeira vez que me aconteceu, pasmei. E ainda não sabia que estava para pasmar muito mais. Foi em Lisboa. Olhei para o lado esquerdo, estiquei a mão e o táxi parou logo ali. Esse dia foi de filme. Tão de filme que o motorista desse mesmo táxi foi detido 15 minutos depois! Assim, tipo sair da viatura à força e mãos atrás das costas! Dois carros de polícia um taxista e eu... e eu incrédula a pensar que era para os Apanhados. Eu à procura de uma câmara, para dizer, com um adeus envergonhado, "isto é só a brincar, mamã! Não te aflijas!!!" Mas era a sério. O polícia a mandar-me sair do carro. Saia, saia. Desculpe o incómodo. Mas saia. Que corria perigo... e eu a sair, atónita a pensar porquê a mim e a responder-me, como sempre, porque sim. Se não fosse a ti era a outro qualquer! Entretanto o Alfa já teria partido e eu rua Augusta fora, ou rua do Ouro ou outra qualquer, por ali fora. A pensar, a beliscar-me. À beira de um ataque de nervos. Nesse dia, lembro-me claramente, contra todas as previsões, cheguei ao Porto de avião! Foi, talvez, há cinco anos.
Isto para registar, imaginem só, que ontem, em Lisboa, pela segunda vez na vida, estiquei a mão, como nos filmes, e o taxista parou de imediato.Passados 15 minutos, nenhum carro da polícia nos perseguia e, o motorista, não foi detido. Nem eu ia para Santa Apolónia. Ontem, entrei no táxi para fazer uma viagem um pouco maior. E o taxista ouvia Antena 2. E perguntou se aquela música me incomodava? E eu, que não, que não, que até lhe agradecia. Que gostava. E ele a falar de música clássica. A mostrar-me, com delicadeza e certa timidez os seus discos de música clássica e a falar de Mozart. Com sabedoria. E a perguntar-me se podia pôr um disco, já que eu gostava...e se podia pôr mais alto. E eu que sim. Que podia. E a música toda dentro do carro, os vidros fechados e cristalinos. E Lisboa lá fora, aberta, carregada de gente em trânsito...como eu. Como nos filmes...
12 Comments:
A cidade passa
Como um filme.
E nós passamos,
Aparecemos
E alguém nos suprime.
saudações além-mar
Alexandre
...sinta-se saudado, estimado Alexandre :) sim, como nos filmes; como na vida. na vida 1º :)
A Marta é que tem sorte!
A mim nunca me calhou uma aventura dessas. O único taxista mais fora do comum que me apareceu foi um, em Coimbra, que às duas da manhã deu um tiro no semáforo vermelho, para poder avançar e que no final da viagem me deu um cartão de visita que dizia: "F, taxista, viagens em todo o país e no estrangeiro, designadamente Espanha, França, Alemanha, Bélgica, Vietname e Coreia do Sul. Arranjam-se rádios e televisões".
Depois, houve outro que, quando no aeroporto de Lisboa lhe indiquei como destino a Avenida da Liberdade, protestou enfurecido: "Foda-se! Há uma hora aqui à espera e sai-me um filho da puta para a Avenida da Liberdade!"
Quem me dera conhecer um taxista anormal que fosse preso a meio da viagem.
não és tu na foto...
csd
A maior parte dos taxistas que conheci mereciam realmente ser perseguidos e presos, pelo que esta situação é menos de azar e mais de propensão para a justiça. Além do mais não sabemos se, a esta hora, o tal taxista erudito não se encontra a escrever um post sobre a única cliente que não recusou os ouvidos a Mozart...
Já este post é tão musical quanto cinematográfico; gostei!
Lisboa é o mundo de aventuras, Hiro Nakamura havia de gostar desta história ;)
Por acaso não ficaste com o nome e o número de telefone do senhor?... é que eu nunca tive uma sorte dessas, depois de vários anos a andar de táxi em Lisboa. É verdade que também nunca passei por uma experiência parecida com o do teu primeiro caso...
Quanto à música, Mozart é um dos meus compositores de eleição. O Requiem dele é sublime!
Apanhar um táxi durante uma viagem rende, mesmo, boas histórias. Mas nunca passei por uma aventura policial como essa! (E tu querias algo ainda mais hollywoodiano que isso?)
Prof. Funes: sorte!?
Sorte com o segundo taxista! Porque com o primeiro, quase morri de susto! era procurado por agressão a uma mulher na noite no dia anterior!nem quis saber mais! eu, de facto, nem sei porque vou ao cinema :)
e se tivesse conhecido este taxista sui generis, escreveria, estou certa, um post brilhante, onde poria todos os seus odizinhos de estimação!
Claudia: desce à terra, princesa dos livros! claro que não sou eu!
Domingo no Mundo: mas que honrra! a frequência já terminou, finalmente:) E que ideia mais fabulosa! Vou-me dedicar a descobrir esse post do taxista que gosta de Mozart! Blogosfera fora...:) Eu, confesso, só não lhe pedi o número de telefone, pelo trauma do primeiro, que galgou os passeios, em fuga, comigo dentro do carro, a mandar-me calar, aos berros e que só se calou, quando os 2 carros de polícia, se atravessaram na rua :)
CA: Lisboa é... quase o que quisermos! :)
Devaneante: pois não fiquei!! pelo simples motivo, de ter apanhado o outro desvairado :) medos, a segurarem-nos os impulsos, é o que é ;)
Não Eduardo, não queria! O primeiro taxista fará parte das histórias de "terror" da minha vida! Dava um bom episódio de um fime de domingo à tarde...ou não :)
Querida amiga; da próxima vez que vieres a Lisboa não te perdoo se não me disseres. É que no mesmo dia ver-te e ouvir música clássica num taxi seria coisa de ficar para a história.
Beijos.
as viagens de taxi são muitas vezes acontecimentos de arte, de livros, de histórias de vivências, e até de loucura.
Beijinhos linda
Prezados o evento da prisáo do cidadao de lisboa , nada teve haver com a profissào de taxista e sim por agressao de uma pessoa, em dia anterior. Nào vamos confundir acoes no exercio da profissào , com as da pessoa comum.
Motorista de Taxi Rio de Janeiro Brasil..
Harry
Post a Comment