Não sabes, leitor, como estou rodeada de silêncio
há uma ave onde este texto se apoia.
fecho os olhos, e o poema traz para este lugar
o búzio dos cofres.
escrevo em filigranas de ar
secretas harpas de sombras
onde as primeiras letras ousam pousar.
durante anos treinei o lúmen do coração
em cântaros de sol subindo os primeiros degraus
depois habituei-me à confidência das aves
pousada na inteligência dos bosques
movidos a vento e água,
acácia entre mãos
por último a ciência da respiração
no sumo das auroras
Maria Azenha in de amor ardem os bosques, poesia, 2010
3 Comments:
Que lindo, Marta, "de amor ardem os bosques". Lindo, lindo.
"Não sabes, leitor, como estou rodeada de silêncio". Adorei, obrigada.
Um beijo
Carla
Notável! Absolutamente notável!
É praticamente impossível escrever um poema mais idiota do que este!
"escrevo em filigranas de ar/
secretas harpas de sombras/
onde as primeiras letras ousam pousar." - Estou impressionado! Eu, nem que tentasse durante mil anos, nunca conseguiria três versos com significado tão absolutamente nenhum.
E, ainda por cima, como ela candidamente nos confessa, é um poema de uma senhora completamente mouca que vive mergulhada no silêncio.
Só espero que a ave em que o texto se apoia seja um peru ou uma ema ou outra ave assim, de grande porte. Caso contrário, corre-se o risco de o bichito ficar com uma asa partida.
Fico sempre espantado com a quantidade de amadores que pensa que ser poeta e fazer poesia é alinhar uma sequência de metáforas sem qualquer sentido.
pronto! durou pouco tempo!
Prof. Funes...
já destilou o seu mau feitio todo, hoje?
tá feliz?
[são retóricas, obviamente]
não responda nem passe aqui tão cedo, pf]
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