quando feras dóceis rondam o nosso sono,
e afastam os passos dos teus amantes,
às vezes, quando me encosto à nudez, exausto,
e tomo o peso às tuas palavras,
e fico sempre devedor,
às vezes, quando me inventas um nome
para que a madrugada chegue
e eu não tenha de morrer nunca mais,
às vezes, penso no deus que te perdeu,
beijo-o e choro, às escondidas,
por ele.
Mancelos, João de. “depois do amor”. O Prisma de muitas Cores: Poesia de Amor Portuguesa e Brasileira. Org. Victor Oliveira Mateus. Pref. António Carlos Cortez. Fafe: Labirinto, 2010. 87.
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