Chegou sexta-feira de certeza. Mas eu já não estou habituada a recebê-las. E o Senhor Mário, hoje, é uma mulher de colete vermelho, a quem nem sequer sei o nome. Cruzo-me com ela de vez em quando, por acaso. Como habitualmente, abri a caixa do correio e, num gesto automático, tirei tudo e quando cheguei, cansada, coloquei tudo em cima da secretária. Só no Domingo, fiz a separação. Cartas para um lado -água, luz, gás, banco - publicidade para o caixote do lixo. A tua, para o coração. Que feliz fiquei! Podes imaginar? As folhas brancas, lisas, a tinta preta. O envelope. A minha morada, a tua morada. Sem nenhum www no nome da rua. Tu em caracteres manuscritos. Por estes dias, por entre paisagens, coisas, pessoas já te respondi mil vezes na minha cabeça. Agora, vou responder-te em folhas brancas, lisas, a tinta preta. O envelope. A minha morada, a tua morada. Sem nenhum www Eu em caracteres manuscritos. Num abecedário novo muito nosso.
terça-feira, outubro 12
Tu em caracteres manuscritos
Etiquetas: coisas minhas
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4 Comments:
Nossa Marta, que coisa mais bela, meiga e profunda de se ler. Veio da alma, o endereço mais certo da felicidade.
Admiro-te!
Beijo com meu carinho de sempre.
Essa não é a minha, que ainda não me enviaste a morada :(
Cris
Marta, é verdade; há um género literário completamente extinto pelo e-mail, o epistolar.
Angélica, fico sem jeito "minina" com a tua generosidade.
Aguardo pela tua. bjo
Pois não, Cris. Mas vou enviar. Esta é de outra querida :)
na verdade, fallorca, um género que eu gosto TUDO.
tenho uma raiva aos mails!
só às vezes :)
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