segunda-feira, maio 17
Se alguém me perguntar
Se alguém me perguntar, hei-de dizer que sim, que foi
verdade - que não amei ninguém depois de ti nem
o meu corpo procurou nunca mais outro incêndio
que não fosse a memória de um instante junto
do teu corpo; e que deixei de ler quando partiste
por não suportar as palavras maiores longe da tua boca;
e que tranquei os livros na despensa e tranquei a despensa,
acreditando que, se não me alimentasse, acabaria
por sofrer de uma doença menor do que a saudade, mas
a que os outros, pelo menos, não chamariam loucura.
[...]
Maria do Rosário Pedreira in O Canto do Vento nos Ciprestes
Etiquetas: Maria do Rosário Pedreira, poemas
Subscribe to:
Enviar feedback (Atom)
13 Comments:
LINDA!
tu e ela.
Um beijo, minha querida!
csd
Citação muito interessante. :)
A imagem é fabulosa.
Já usei essa imagem no meu blog. Acho impressionantemente rica, aberta a muitas possibilidades. O texto que você escolheu serviu como a uma luva. Muito bacana!
P.S. Mudando de assunto, você viu que o Storino, do Papo Cultural, encerrou o blog?
Lindo, lindo.
Se não hovesse dor, haveria amor?
beijos
na lucidez da loucura.
belissimo texto.
beijo
Belíssimo, o texto e a imagem. E o sentimento. E o teu olhar, minha linda!
Obrigada por tanta coisa boa e bonita que vais partilhando!
Lindo o texto!
Suave...
Beijos
Será que algum dos comentadores anteriores é capaz de me explicar onde está a proclamada beleza deste texto?
É que ela parece-me apenas uma medonha banalidade, completamente vazio do mais pequeno sopro de uma musa inspiradora.
No comentário anterior, não era "ela" que eu queria dizer. Era "ele", o texto.
Professor Funes,
já lhe disse que estava morta de saudades suas?
e dos seus comentários absolutamente divinos
ou pura e simplesmente patetas,
como este?
Eu gosto do Funes!!!!
anima o Blog
Bj
MB
Julgo que a MB no comentário anterior pretendia dizer que eu lhe faço lembrar estes dois
É um elogio. :)
Maria Benedita, como és capaz?
Professor Funes:
odeio que me faça rir à gargalhada quando o país está como está e, principalmente, quando a sua sensibilidade de elefante em loja de porcelanas é o que é...
e eu ando a correr.
Marta
Post a Comment