quarta-feira, setembro 26
terça-feira, setembro 25
parabéns!
"Gould nasceu com o nome de Glenn Gold, em Toronto, Ontario. Sua família era protestante e mudou o seu nome logo após o seu nascimento, temendo que ele fosse confundido com um judeu, com isso, seu nome foi mudado de Gold para Gould para protegê-lo da onda de anti-semitismo que havia tomado o Canadá na década de 1930. Depois de aprender piano com sua mãe, cujo avô era um sobrinho de Edward Grieg, Gould matriculou-se no Royal Conservatory of Music em Toronto, quando tinha apenas 10 anos. Ali, estudou piano com Alberto Guerrero, órgão com Frederick C. Silvester, e teoria musical com Leo Smith."
Fonte: aqui
Escrito/editado por Marta 0 Terráqueos
e por falar em amor
...e por falar em amor, no CCB, em Lisboa, diversos protagonistas celebram entre 22 e 27 de outubro os 150 anos de Amor de Perdição, de Camilo Castelo Branco...
aqui
Escrito/editado por Marta 0 Terráqueos
Super-Realidade
Eu era de terra quando me procuraste,
estranho à franqueza dos teus actos, baço
para os teus sentidos.
Parávamos o carro num beco qualquer,
queimávamos o rastilho das palavras
até ao deserto onde dávamos as mãos.
Lá fora, a realidade era o espaço inteiro
deitado nos vidros, o mundo caído para dentro
do silêncio.
Gastávamos depressa o tempo, perdidos
no nosso único mapa,
nenhum sinal de mudança no regresso a casa.
Rui Pires Cabral
in Anos 90 e Agora, Uma Antologia da Nova Poesia, pag. 247, Quasi
Escrito/editado por Marta 0 Terráqueos
Em tanto lugar eu poderia lembrar-te
(...) Em tanto lugar eu poderia lembrar-te. Mas volto sempre ao começo da irradiação de ti. Há assim um pacto obscuro entre tudo o que foste até à morte e a eternidade da tua juventude. Porque é lá que tu moras, no incorruptível, no intocáv...el do teu ser, na perfeição que um deus achou enfim perfeita quando te entregou à vida para existires por ti. Mas como seres jovem e eu conhecer-te, fora da cidade do Sol? da colina desdobrada à sua luz? do espaço de um acorde de guitarra a toda a volta no ar? É bom poder dizer-te quanto te lembro aí.
(...) O amor é tão monótono, querida. Porque ele é o cimo sensível de uma imensidade de coisas que se esqueceram. Como falar desse mínimo que é o vértice de todo um mundo que o sustenta? Falar de nada, que é o todo nele? Sandra. Podia dizer o teu nome infinitamente na multiplicação do que nele me ressoa. E é assim o que mais me apetece, dizê-lo dizê-lo. E ouvir nele o maravilhoso que me abala todo o ser. Poderia escrever o teu nome ao longo do que escrevo e teria talvez dito tudo. Mas eu quero desse tudo dizer também o que aí se oculta. Dizer o meu enlevo e a razão de ele me existir. As tuas mãos nas minhas. O incrível miraculoso de eu dizer o teu rosto. O ardor de um meu dedo na tua pele. Na tua boca. O terrível dos meus dedos nos teus cabelos. (...)
Vergílio Ferreira in Cartas a Sandra
Escrito/editado por Marta 2 Terráqueos
domingo, setembro 23
Chuva Chuva, caindo tão mansa
Chuva Chuva, caindo tão mansa,
Na paisagem do momento,
Trazes mais esta lembrança
De profundo isolamento.
Chuva, caindo em silêncio
Na tarde, sem claridade...
A meu sonhar d'hoje, vence-o
Uma infinita saudade.
Chuva, caindo tão mansa,
Em branda serenidade.
Hoje minh'alma descansa.
— Que perfeita intimidade!...
Francisco Bugalho, in "Paisagem"
Escrito/editado por Marta 1 Terráqueos
uma só palavra que a inspiração dos povos deixasse
uma só palavra que a inspiração dos povos deixasse
virgem de sentido e que,
vinda de um ponto fogoso da treva, batesse
como um raio
nos telhados de uma vida, e o céu
com águas e astros
caísse sobre esse rosto dormente, essa fechada
exaltação.
Que palavra seria, ignoro. O nome talvez
de um instrumento antigo, um nome ligado
à morte – veneno, punhal, rio
bárbaro onde
os afogados aparecem cegamente abraçados a enormes
luas impassíveis.
Um abstracto nome de mulher ou pássaro.
Quem sabe? – Espelho, Cotovia, ou a desconhecida
palavra Amor.
Herberto Helder
Escrito/editado por Marta 0 Terráqueos
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