segunda-feira, março 8

STOUT is out

...a petição está aqui. para quem a quiser assinar.

mas a cerveja preta é a minha preferida. ah pois é.

...o que me aborrece é a falta de criatividade. uma enorme falta de criatividade.

quarta-feira, julho 8

Parabéns! Acabou de ganhar um funeral

[clique na imagem para ampliar e ler o regulamento. vale a pena. digo eu]
Toda a gente sabe que morrer custa dinheiro. E há quem não tenha dinheiro para morrer. E nem sequer é preciso o extremo de não não ter dinheiro para viver, quanto mais para morrer! Não. Eu até posso viver com o «pão nosso de cada dia" e não ter dinheiro para o meu funeral. Aliás, posso nem me importar com isso. Posso pensar "que se amanhem", que eu já não estarei cá para resolver o problema. O certo é que não é assunto que nos ocupe espaço nas preocupações diárias. Acredito eu! Aliás, a morte e os seus rituais não são assunto recorrente nas conversas de café. E outras. Nós, ocidentais, não somos educados para morrer, somos treinados para viver. Mas isto dava-me pano para mangas. Ficaria aqui a tarde inteira a debater o assunto. Mas não posso!
Hoje, ao telefone, a minha amiga Dalila, disse-me: vai ver o mail que te mandei. E fui. E depois dos três segundos de incredulidade, pensei: é muito à frente!
Qual viagem às Caraíbas, qual carro, qual vale de compras, qual electrodoméstico? Isso é marketing do século passado! Já deu o que tinha a dar!
A Rádio Santiago, de Guimarães e a Agência Funerária S. Jorge, de Pevidém, são uma dupla visionária, inovadora! [o regulamento é um verdadeiro tratado de antropologia! as questões sociais e outras que aí se levantam...bem! tanto para analisar!]
Ouça a Rádio Santiago e ganhe um FUNERAL; é dos slogans mais fenomenais da história da publicidade! Porque fará história!
A primeira vez que tive acesso à lista de produtos funerários de uma Feira especializada na morte, pensei: de facto há muita coisa aqui à volta. Isto é um negócio com muitas frentes. Há muitas urnas por onde escolher; muitos rituais para fazer. Cada vez tudo mais personalizado; mais talhado conforme a personalidade do morto. A morte tende, cada vez mais, a ser ajustada ao modo de vida. Se o morto gostava de jazz; saia uma urna com jazz dentro! Pode chocar alguns. Mas é assim que funciona! A morte não está imune à economia de mercado. À criatividade, à inovação, enfim, aos instrumentos que permitem aumentar as vendas. Com sucesso.
Eu que até gosto de pensar nestas matérias, de ler sobre o assunto, hoje fiquei surpreendida com este anúncio! A antropologia, o jornalismo, o markteting a burilarem cá dentro! Ah se eu pudesse... mas isso, agora, - como diz a outra - não interessa nada!
Iniciativa arrojada e de potencial efeito perverso!
Juro que se fosse jornalista, rumava já, já a Guimarães!
E de entre as minhas questões, à população local, uma seria certa:
- E então, gostaria de ganhar um funeral?