segunda-feira, dezembro 28

um Natal "conta-me como foi"


primeiro foi um alguidar cheio de "conta-me como foi". um alguidar em alumínio. como eram dantes os alguidares. lá dentro: o meu fogãozinho PEPE, os meus "calquitos", as minhas guloseimas - pastilhas Gorila e guarda-chuvas Regina - os meus postais, as minhas estampas, os meus cadernos, os meus lápis Viarco, a minha pandeireta do gato, a minha forma, em forma de menina, com a receita das bolachinhas de Natal! depois deste belo presente, vindo directamente de A Vida Portuguesa para as minhas mãos, recebi, ainda, esta imagem [da Rita com as vogais, mas com o cabelo loiro...um dia explico] feita quadro de parede: a página sete do meu livro de leitura da primeira classe!

[sabem, o meu livro de leitura que há uns tempos encontrei por acaso num blog?]

já eu estava fora de mim de tanta alegria, com as memórias na ponta dos dedos, dentro do olhar, à volta do coração, toda eu tão memória viva - como se fosse ontem - que já nem sabia se era eu ou aquela outra Marta que corria, manhã cedo, para ver o que o Menino Jesus tinha deixado no sapatinho.

[sim, o Menino Jesus. porque a minha mãe dizia que o Pai Natal, sim senhora, muito bonito, mas era um mero contratado. quem decidia mesmo era o Menino Jesus. e era a ele que eu e os meus irmãos remetíamos os pedidos. melhor dizendo: os sonhos. depois, mediante o nosso comportamento, durante o ano, o Menino Jesus decidiria o que nos deixaria de olhos esbugalhados e coração aos pulos]

foi assim, este ano. mas foi ainda mais incrível. porque eu não pedi nada e já não acredito que o Pai Natal é o ajudante do Menino Jesus. já nem sequer vou ao presépio cobrir o Menino com algodão em rama para que ele não tenha frio. nem deixo chocolates ao Pai Natal. para lhe agradecer.

mas acredito em milagres. e em pessoas. e em anjos.

e depois, quando já não havia mais nada de extraordinário para acontecer no meu Natal - a não ser brincar com os meus sobrinhos - eis que surge, embrulhado num papel sem cor, a capa cor de laranja do meu livro de leitura da primeira classe!

as 127 páginas do meu livro de leitura da primeira classe! esse mesmo!

as lições das letras todas todas. todas as lições. mais os desenhos da Maria Keil e do Luís Filipe de Abreu. os desenhos que eu copiava e que reconheceria em qualquer parte do mundo.
as palavras que eu aprendi. as palavras iniciais. as frases. aos poucos, as histórias. curtas. simples. muito iguais à vida.

«o p de pá. o i de igreja. o l de lua. e de lula e de lupa.

a tia tapa o pote. ela muda o mapa.

a avó ri. o avô já bebeu o café.

o bolo é de pêssego. a Teresa tirou uma rosa do vaso.

a Cecília foi ao cinema.

o meu véu é de tule. a rã coaxa de noite.

o dedal. o caracol. a mãe aquece água para o chá.

a Paula chegou da rua.»


a Marta está tão feliz!

quinta-feira, dezembro 24

Feliz Natal

a todos os queridos visitantes, amigos, familiares que passam por este meu-mini-planeta, votos de FELIZ NATAL.
TUDO DE BOM. neste e em todos os outros dias do ano.
paz.amor.saúde. e, claro, muitas e boas iguarias :)
imagem daqui

quarta-feira, dezembro 23

das meias e sapatos na lareira



«Diz a lenda que São Nicolau (o santo que inspirou a figura do Pai Natal) deixou os seus primeiros presentes (moedas de ouro) nas meias de três meninas pobres que precisavam de dinheiro para o dote de casamento. Elas tinham colocado as suas meias junto da lareira, para secarem, e na manhã do dia 25 de Dezembro encontraram-nas cheias de moedas de ouro.
Desta forma, dizem, surgiu a tradição de se pendurarem as meias na lareira.
São Nicolau foi um santo muito bondoso que viveu no século V, é conhecido também como o santo das crianças e o seu dia é comemorado a 6 de Dezembro.


Também há uma lenda para explicar o costume de, no Natal, colocar sobre o fogão o sapato que, depois, receberá as prendas.
Quando, na noite de 24 de Dezembro,os irmãos Crispim e Crispiniano fugiram às perseguições, em Crepy-Valois, fartaram-se de bater às portas das casas, mas ninguém lhes deu abrigo.
Acolheu-os, numa cabana escondida num bosque, quase a desmoronar-se, uma viúva que vivia miseravelmente com o filho. Deu-lhes uma tigela de caldo de couves e dois nacos de pão negro.
Contentes, os dois irmãos, que eram soqueiros, pediram a Deus que recompensasse a generosidade da viúva.
Crispim viu a um canto um par de socos velhos, do rapazinho. Fez um par de socos novos e colocou-os à beira da pedra da lareira, enquanto a viúva e o filho dormiam. Quando acordaram repararam que os dois hóspedes tinham desaparecido e na lareira estava um par de socos novos, transbordante de moedas de ouro.
Desde o século III, segundo a lenda, todas as crianças põem os socos na lareira, na esperança de que se repita o milagre feito por intermédio dos santos padroeiros dos sapateiros, São Crispim e São Crispiniano».
Silva Araújo in Viver o Natal, Colectânea de teatros, canções, poemas, músicas e tradições populares

quinta-feira, novembro 19

CRESCER SER

«A Crescer Ser - Associação Portuguesa para o Direito dos Menores e da Família, é uma Instituição Particular de Solidariedade Social, tem em pleno funcionamento seis Centros de Acolhimento- Casa da Encosta, Casa do Infantado, Casa do Parque, Casa da Ameixoeira, Casa do Vale e Casa de Cedofeita . Destinam-se a crianças e jovens privados do meio familiar, vítimas de violência ou provenientes de famílias cuja situação exija apoio transitório que permita a estabilização de vida e o futuro encaminhamento adequado de crianças. » Para mais informações poderá visitar o site AQUI

SE ainda não tem os postais de Natal que vai enviar a familiares e amigos peça-os, por favor, através do e-mail: casadovale@crescerser.org. é apenas uma das muitas formas de ajudar esta instituição que tem desenvolvido um trabalho notável. obrigada.