terça-feira, janeiro 7
Num dia de Maio chegou o carteiro
Eu não abro as cartas do banco com o corta-papéis. Só o uso
para abrir cartas e livros. O corta-papéis é mais antigo do que que o teu
sorriso, como o livro do Adolfo Casais Monteiro é mais antigo do que os meus
olhos abertos. Hoje, chegaram três livros pelo correio. Obrigada Elsa. Obrigada
Zá. Zá, a tua carta também a abri com o corta-papéis. Muito devagar, como quem
abre um coração pelo lado esquerdo. E ainda bem porque o teu estava lá, rente
ao envelope, cheio de ruas estreitas e espirais de silêncio.
Regresso ao livro das poesias completas de Adolfo Casais
Monteiro. Coisas minhas. As páginas aqui e ali juntas a pedirem serão com o
corta-papéis, como há muito tempo não acontecia. Noite adentro sob a luz do meu
candeeiro novo. Um disco muito baixinho, um tom acima do deslizar da lâmina no
papel e a flor aqui pousada, tão perto de um jardim distante. Gosto tanto de
conversar contigo, faltou dizer-te. Sim, adormeci noites a fio no teu sorriso.
E sim, hoje pode voltar a acontecer. Boa noite.
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3 Comments:
Estou tão contente que tenhas voltado ao blog!!
Deixa lá o facibuque, que isso é cada vez mais cena de gente a precisar de aliviar a depressão e outras coisas :)
Beijos
Cris
Aliás vejo com agrado que eu, o Pedro, o Pedro Sousa e a tua irmã, continuamos a resistir à rede :)
Cris, sou eu outra vez
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