
À Marta e ao Geoff
Dos fundos dos mares, do fundo navegável
Do meu ser errante.
Há muito que temia ser navegante
Neste amável mar de estelas primeiras
E antes eram palavras
Agora a manifesta asafia,
Que pretensamente
Prende a apoucada letra
Ao caminho do seu curto cordel
De linho e ráfia,
A vontade dos simples,
Que no onirico sublinhado da vida
Que sulca e mente,
Regressa.
Erguido duma qualquer urgência
Colocada na alma que se atravessa,
Dos simples
Contam-se aqueles que não sucumbiram
Às imposturas da idade e pela
Cadência das ilusões, partiram
E não regressaram.
Uns cansados
Outros desgastados pelo ritmo das estações,
Aos restantes restam as canções
Que nas indistintas madrugadas
E nas indistintas idades,
Fizeram da palavra, da esquecida cadência do peito,
A construção da poesia
A obra do mundo que ergue as cidades,
A pequena multidão que pela vontade
Regressa do fundo da alma e
Do mais longínquo ponto do horizonte
Fará nascer o reino onde as letras
Sem margens, nem rios, ou sejam,
Sem nada aparentemente
Por ligar, as letras essas serão a própria ponte,
O ligar, a fantasia, o regressar
Porque ontem foi lá longe
E o regresso é sempre outro dia.
4 Comments:
o poema e muito belo.
beijo
infinitamente.
É muito grande...
Não tive "tempo" para o ler...
P
lindo, lindo!
Post a Comment