Sob a ponte Mirabeau corre o Sena
E nosso amor
É preciso trazê-lo à cena
Vinha sempre a alegria antes da pena
Venha a noite, soe a hora
Os dias se vão, não vou embora
De mãos dadas fiquemos face a face
Enquanto que sob a ponte dos nossos braços passa
dos eternos olhares a onda tão lassa
Venha a noite, soe a hora
Os dias se vão, não vou embora
O amor se vai como água corrente
O amor se vai
Como a vida é lenta
Como a esperança é violenta
Venha a noite, soe a hora
Os dias se vão, não vou embora
Passam os dias e as semanas
Nem o tempo passado
Nem o amor acena
Sob a Ponte Mirabeau corre o Sena.
Venha a noite, soe a hora
Os dias se vão, não vou embora
Guillaume APOLLINAIRE, Alcools (1913) - Tradução de Virna Teixeira
quarta-feira, julho 22
A ponte Mirabeau
imagem: daqui e poema roubado aqui
Etiquetas: blogs que leio, Guillaume Apolinaire, poemas
Subscribe to:
Enviar feedback (Atom)
6 Comments:
Como sempre uma excelente escolha. Pois.
Em miúda era mais esta:
"Sur le pont d'Avignon / l'on y danse, l'on y danse/ Sur le pont d'Avignon / l'on y danse tous en rond."
Ah! Paris, Paris!
Conheci este poema pela voz de Serge Reggiani. Dito por ele ou Leo Ferre torna-se (ainda) mais bonito. Bonito post, parabéns
Olá Marta!
Belo poema e imagem! Tive vontad de ir a esse rio Sena, só de ler este poema. Fizeste bem em "roubá-lo".
Bjs Susana
Paris, o Sena, as pontes, o rio, as memórias, as coincidências, as correntes que vão nos dias roubando tempo à vida, apagando esperanças, reavivando aromas.
hummm...estou a imjaginar o original...
beijinhos
csd
Post a Comment